Membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) participam do anúncio da aprovação do acordo de paz com o governo, em 2016
Membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) participam do anúncio da aprovação do acordo de paz com o governo, em 2016| Foto: LUIS ACOSTA/AFP

A Justiça Especial para a Paz (JEP) da Colômbia autorizou na terça-feira (23) dois ex-líderes da antiga guerrilha Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) a viajar para a Venezuela para participar do Foro de São Paulo, que ocorre na capital Caracas nesta semana. Rodrigo Granda e Carlos Antonio Lozada, ambos senadores, precisaram apresentar passagens de ida e volta, reservas em hotel, o convite formal feito pelo presidente da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, Diosdado Cabello, e ainda se comprometeram a comparecer na JEP ao voltar da Venezuela - exigências que fazem parte do Acordo de Paz da Colômbia.

Há o risco de que ambos fujam da Colômbia, assim como ocorreu com outros políticos eleitos pelas Farc - agora um partido político. Iván Márquez está foragido desde o ano passado e, no início de julho, perdeu seu cargo por não ter tomado posse. A inteligência do Exército colombiano afirma que Márquez estaria na Venezuela sob a proteção do regime de Nicolás Maduro. O ex-guerrilheiro, por sua vez, alega que falta garantias para que ele possa viver em sociedade com segurança. O deputado e ex-comandante das Farc Jesús Santrich, que assumiu o mandato em maio deste ano depois de ser libertado da prisão, é outro exemplo. Ele desapareceu do país no início de julho e suspeita-se de que também esteja na Venezuela.