Organização vai incluir o depoimento da vítima no processo já apresentado ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra.
Organização vai incluir o depoimento da vítima no processo já apresentado ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra.| Foto: EFE/EPA/ROMAN PILIPEY

A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) denunciou nesta terça-feira as torturas sofridas por um guia para jornalistas e tradutor ucraniano cometidas por militares russos, e antecipou que incluirá o depoimento da vítima no processo já apresentado ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra.

Nikita, nome fictício utilizado para manter a identidade em segredo, foi preso em 5 de março e liberto no dia 13. Ele trabalhava com uma equipe de jornalistas da "Radio France". Segundo a RSF, um grupo de militares disparou contra o veículo em que ele se encontrava, que estava identificado como um carro de reportagem.

Após o ataque, Nikita teria sido capturado e levado pelos russos. Ainda segundo seu relato, entre outras coisas, o guia ucraniano foi amarrado a uma árvore durante cinco dias enquanto era sujeito a interrogatório, choques elétricos e forçado a assinar uma carta de apoio ao Exército russo e à invasão à Ucrânia. Ele foi liberado no dia 13 de março.

"Nikita oferece um testemunho arrepiante que confirma a intensidade dos crimes de guerra perpetrados pelo Exército russo contra jornalistas. Transmiti-lo ao procurador do Tribunal Penal Internacional é o mínimo que podemos fazer", ressaltou o secretário geral da RSF, Christophe Deloire.