Edifício do gabinete de ministros, em Kiev, na Ucrânia, onde vários computadores foram afetados pelo malware.
Edifício do gabinete de ministros, em Kiev, na Ucrânia, onde vários computadores foram afetados pelo malware.| Foto: Wikimedia Commons

A Microsoft tornou pública na noite deste sábado a informação de que descobriu a presença de um malware em dezenas de computadores do governo ucraniano. Trata-se de um software nocivo que pode ser usado para tornar os equipamentos inoperantes.

A gigante de tecnologia relatou a descoberta por meio de seu blog oficial, destacando que ele foi detectado pela primeira vez na quinta-feira (13), data que coincide com um ciberataque ocorrido contra sites do governo da Ucrânia. Autoridades do país afirmam ter evidências de que o ataque teve envolvimento da Rússia.

De acordo com os investigadores da empresa, o software foi projetado para se parecer com um ransomware – código que congela todas as funções e dados do computador, normalmente exigindo um pagamento em troca. No entanto, não há infraestrutura para aceitar dinheiro, levando a Microsoft a concluir que o objetivo é infligir o máximo de dano e não arrecadar dinheiro.

O ataque ocorre em meio ao aumento de tensão entre Kiev e Moscou, que mantêm tropas de ambos os lados da fronteira. A raiz do conflito diplomático seria a possível adesão de países que compunham a União Soviética, como Ucrânia e Geórgia, à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o que os russos veem como uma ameaça.

Comentando o episódio, o jornal The New York Times recordou que, em 2014, agências de inteligência russas teriam tentado, sem sucesso, alterar o resultado das eleições ucranianas, por meio de um ciberataque à Comissão Eleitoral Central da Ucrânia. Em 2015, o primeiro de dois grandes ataques à rede elétrica da Ucrânia apagou as luzes por horas em diferentes partes do país, inclusive em Kiev, a capital.