O ex-presidente peruano Pedro Castillo, em foto de arquivo.
O ex-presidente peruano Pedro Castillo, em foto de arquivo.| Foto: EFE

O Congresso do Peru aprovou, na sexta-feira, o relatório final de uma denúncia constitucional recomendando que o Ministério Público acuse o ex-presidente Pedro Castillo por supostamente liderar uma organização criminosa durante seu governo para obter dinheiro em troca de licitações fraudulentas de obras públicas. Com 59 votos a favor, 23 contra e três abstenções, a Câmara aprovou o relatório final da denúncia apresentada pelo MP contra o ex-presidente, que cumpre 18 meses de prisão preventiva após sua fracassada tentativa de golpe de Estado. Agora, o MP deverá apresentar uma acusação formal perante o Poder Judiciário.

O documento recomenda acusar Castillo pela suposta prática de crimes contra a tranquilidade pública, sob a forma de organização criminosa agravada por sua suposta condição de líder, e contra a administração pública, sob a forma de tráfico de influência agravado, bem como suposto cúmplice do crime contra a administração pública sob a forma de conluio. O expediente responde a supostas irregularidades encontradas nas obras da Ponte Tarata II, no departamento de San Martín, no norte, e em outros supostos casos de corrupção relacionados com a empresa pública Petroperú e o Ministério da Habitação.

Durante o debate, que durou cerca de quatro horas, tomaram a palavra dezenas dos 130 parlamentares que integram a Câmara peruana, que parecia praticamente vazia. Após a fracassada tentativa de golpe de Estado, o Congresso destituiu Castillo em 7 de dezembro do ano passado por “permanente incapacidade moral” e nomeou sua vice-presidente Dina Boluarte como sua substituta por sucessão constitucional.