Mohammad bin Salman, acusado de mandar matar jornalista na Turquia em 2018, tem liderado o país desde o ano anterior
Mohammad bin Salman, acusado de mandar matar jornalista na Turquia em 2018, tem liderado o país desde o ano anterior| Foto: EFE/EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

O rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz Al Saud, que também ocupa o posto de primeiro-ministro, anunciou nesta terça-feira (27) que o filho, o príncipe herdeiro e governante de fato do país, Mohammad bin Salman, será o novo chefe do Executivo, em medida pouco usual no reino árabe.

A ordem foi emitida “como uma exceção ao disposto no artigo 46 da Lei Orgânica do Governo”, que estipula que o rei da Arábia Saudita também deve ser o primeiro-ministro. Al Saud, de 86 anos, informou que seguirá presidindo as reuniões do Conselho de Ministros, sempre que estiver presente nelas.

A medida faz parte da remodelação de todo o gabinete, ordenada pelo monarca, que subiu ao trono em 2015 e, dois anos depois, nomeou o filho como príncipe-herdeiro, após destituir o irmão. Desde então, Bin Salman tem sido o governante de fato do país.

Ele foi responsabilizado pela CIA pelo assassinato do jornalista e dissidente Jamal Khashoggi, ocorrido dentro da embaixada da Arábia Saudita em Istambul, em 2018. O novo primeiro-ministro foi a mola propulsora para uma série de reformas, que tiveram como objetivo modernizar o país, embora siga governando o reino com mãos de ferro e reprimindo qualquer crítica.