O presidente reeleito de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou neste domingo (24) o início de uma megaoperação militar com cinco mil soldados e policiais no norte do país para conter as atividades criminosas das gangues.
A decisão foi tomada após a ocorrência de dois homicídios na região. “Há poucos dias ocorreram dois homicídios no norte do nosso país. Já capturamos os dois culpados, membros da gangue 18 Sureños", disse o líder salvadorenho em suas redes sociais.
"Neste momento, cinco mil soldados e mil policiais cercaram os bairros de San José Cancasque, San Antonio Los Ranchos, Potonico e San Isidro Labrador, para desmantelar completamente as ações criminosas. Não vamos parar até erradicarmos o pouco que resta das gangues", declarou.
Uma operação semelhante foi realizada em agosto do ano passado, na região de Cabañas, uma das áreas dominadas pelas gangues no país. Ao todo, oito mil homens, incluindo policiais e militares, participam da operação, que isolou mais de mil quilômetros quadrados e resultou na prisão de líderes "perigosos" do crime, segundo as autoridades.
O combate ao crime organizado fez com que Bukele se tornasse uma das lideranças mais conhecidas do mundo, desde que chegou ao poder em 2019.
Até 2015, El Salvador era classificado como o país mais perigoso do mundo, com uma taxa de homicídio que chegava a 106,3 homicídios para cada 100 mil habitantes. Essa realidade mudou drasticamente após a decretação de estado de exceção nacional em 2022 e o início de uma luta contra a criminalidade pelo governo do atual presidente.
Após as medidas rígidas contra o crime, o índice de homicídio desabou para 7,8 homicídios por 100 mil habitantes, no mesmo ano. Já no ano passado, essa taxa chegou a apenas 1,7 homicídio por 100 mil, segundo estatísticas oficiais.
A gestão de Bukele também restringiu diversos direitos constitucionais, entre eles os de defesa e liberdade de associação e circulação, iniciando uma série de operações policiais que prendeu milhares de criminosos em todo o território nacional. Tais ações voltadas para a segurança lhe renderam uma grande popularidade entre os cidadãos salvadorenhos, que aprovam, por maioria, suas iniciativas.
Estima-se que mais de 60 mil criminosos já foram encarcerados nos últimos dois anos de seu governo e enviados para o Cecot, a megaprisão construída para receber apenas membros de facções, como a Barrio 18 e a Mara Salvatrucha.
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