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A Bulgária e a Romênia receberam sinal verde na terça-feira para entrar na União Européia (UE) em janeiro de 2007, e não em 2008 como era previsto, mas sob as condições mais rígidas impostas aos novos integrantes do bloco.

Numa recomendação sobre aquela que pode ser a última expansão da UE por muitos anos, a Comissão Européia determinou as reformas que a dupla dos Bálcãs precisa concluir para não perder de cara alguns de seus benefícios, incluindo uma grande ajuda financeira da UE.

- A entrada da Bulgária e da Romênia será uma conquista histórica, a conclusão da quinta ampliação da UE, que se aproxima mais da reunificação da família européia - disse o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, ao Parlamento europeu.

Os líderes do bloco devem aprovar a recomendação em outubro. França, Alemanha, Dinamarca e Bélgica ainda têm de ratificar o tratado de entrada, o que não deve ser um problema.

Essa será a segunda onda de ampliação do bloco na direção do leste ex-comunista do continente, colocando os vizinhos do mar Negro na zona de estabilidade e prosperidade, numa promessa de grande incentivo a suas economias.

- Essa é a verdadeira e definitiva queda do Muro de Berlim para a Bulgária - disse o premiê búlgaro, Sergei Stanishev, a repórteres em Sofia, referindo-se ao evento que simboliza o colapso do comunismo, em 1989, no leste e no centro da Europa.

Mas as condições mais rígidas refletem as preocupações com os problemas dos países como a corrupção, o crime organizado e os padrões de qualidade dos alimentos, além de dúvidas sobre sua capacidade de administrar bem os bilhões de euros da UE.

A Bulgária e a Romênia também poderão enfrentar limitações em relação à imigração, já que sua renda per capita é de cerca de um terço da média do bloco. As limitações serão decididas por cada país. Grã-Bretanha, Irlanda e Suécia estão pensando em adotar restrições à imigração de búlgaros e romenos.

As possíveis sanções que podem ser aplicadas nos primeiros três anos dos países no bloco visam em parte a responder às críticas daqueles que se opõem à ampliação do bloco.

Barroso disse na segunda-feira que, assim que Romênia e Bulgária entrarem na UE, o bloco não deve sofrer novas ampliações enquanto não reformar suas instituições.

A Croácia e a Turquia estão negociando sua entrada no bloco, e países do oeste dos Bálcãs também pensam em entrar na UE.

A UE poderia ter adiado a entrada da Romênia e a Bulgária para 2008, mas integrantes da comissão disseram sob anonimato que isso humilharia os dois países.

Bulgária e Romênia terão de criar mecanismos para alocar bilhões de euros em forma de subsídios agrícolas e ajuda regional. Se não fizerem isso, Bruxelas pode congelar parte da verba.

A Bulgária terá de fazer algumas reformas constitucionais e no sistema judicial. A Romênia precisa reforçar seu Conselho Superior de Magistratura e criar uma "agência de integridade" que fiscalize os bens das autoridades.

Com a entrada da Bulgária e da Romênia, o bloco ganha mais 30 milhões de cidadãos para somar a seus mais de 450 milhões atuais.

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