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A localização e detonação controlada de explosivos colocados pela milícia radical somali Al Shabab no interior do centro comercial Westgate de Nairóbi atrasa nesta quinta-feira as tarefas de remoção de escombros e a resgate dos corpos das vítimas do ataque.

Segundo a Cruz Vermelha, a busca de corpos esteve suspensa desde ontem por este motivo, já que o exército queniano continua a buscar artefatos explosivos que os assaltantes esconderam antes de serem rendidos.

Durante a manhã de hoje foram ouvidas três fortes explosões no interior do edifício que, segundo a polícia estavam controladas pela equipe antibombas.

O balanço oficial é de 72 mortos, mas a Cruz Vermelha informou que há outros 61 desaparecidos, pessoas que estavam no último sábado no Westgate quando começou o ataque terrorista e que ainda não fizeram contato com suas famílias.

Um dos funcionários do necrotério disse a Agência Efe que é esperada a chegada de "muitos mais" corpos que permanecem no interior do centro comercial.

O governo ainda não deu explicações sobre as explosões que aconteceram dentro do shopping durante os quatro dias de sequestro, nem o motivo do desmoronamento de três dos quatro andares.

A Polícia do Quênia continua pedindo aos cidadãos que ignorem as informações extra oficiais, já que, segundo ela, o único interesse é desestabilizar o país.

O centro comercial e suas imediações permanecem sitiados pelo exército, que aumentou os controles de segurança e restringiu a presença de jornalistas e voluntários.

A busca de explosivos supostamente colocados pelos terroristas também atrasa a investigação que um grupo internacional formado por agentes especiais do Quênia, Estados Unidos, Reino Unido, Israel e Alemanha vai realizar.

De acordo com a Cruz Vermelha, os especialistas, até o meio-dia de hoje, não tiveram autorização de entrar no local.

Pouco a pouco, as conexões internacionais do atentado se vão revelando.

A organização policial internacional Interpol emitiu, a pedido do Quênia, uma ordem de detenção e um alerta vermelho para seus 190 países-membros contra a cidadã britânica Samantha Lewthwaite, suspeita de ter participado do massacre

Samantha Lewthwaite ficou conhecida como a "viúva branca" depois da morte de seu marido, Germaine Lindsay, cidadão britânico de origem jamaicana que foi um dos quatro terroristas suicidas de 7 de julho de 2005 no metrô de Londres, que matou 56 pessoas e deixou centenas ficaram feridas.

Sua participação no assalto ao Westgate ainda não está estabelecida, e por o Quênia pediu que seja detida por crimes cometidos em 2011, prática comum para buscar criminosos suspeitos.

A investigação parlamentar começará na próxima semana com a declaração dos oficiais de maior patente dos diferentes corpos de segurança quenianos.

Segundo disse o presidente da comissão de Defesa, Ndung'u Gethenji, chegou o momento de "pedir responsabilidades e prestar contas", assim como de detectar "os erros que tornaram possível" o atentado, como publicou o jornal local "Daily Nation".

A milícia Al Shabab ameaçou o Quênia com mais ataques caso não retirem suas tropas da Somália, onde entraram em 2011 para eliminar grupos radicais.

O líder da milícia, Mukhtar Abu Zubeyr, lançou hoje esta mensagem através da portal Somalimemo.net: "Tirem suas tropas ou se preparem para uma guerra longa e sangrenta. Se não, estejam prontos para mais sangue em seu território, para o colapso econômico e para se verem refugiados".

Esta manhã dois policiais morreram e outros dois ficaram feridos após um ataque de homens armados na cidade queniana de Mandera, na fronteira com Somália e Etiópia. Ontem, um incidente semelhante aconteceu na cidade de Wajir, matando um e ferindo cinco.

Tanto Wajir como Mandera foram objeto de diversos ataques deste tipo que as autoridades quenianas atribuíram à milícia fundamentalista islâmica somali.

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