• Carregando...

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, anunciaram nesta quinta-feira a assinatura de um acordo de cooperação nuclear que dá à Índia acesso à tecnologia atômica estrangeira pela primeira vez em 30 anos.

Em entrevista coletiva, Singh afirmou que no acordo a Índia identifica as instalações nucleares de uso civil e os EUA se comprometem a obter o acordo do Congresso para a transferência de tecnologia. Por sua parte, Bush afirmou que a obtenção do acordo não foi fácil para nenhum dos dois líderes.

- O pacto é um acordo necessário para nossos povos - declarou Bush, que assegurou que espera com antecipação colaborar com o Congresso dos EUA e o governo indiano para que o acordo seja levado adiante.

Os EUA pretendem que a Índia, que não assinou o Tratado de Não-Proliferação (TNP), separe claramente seus programas atômicos civis e militares, e submeta os primeiros à inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) recebeu com satisfação o acordo, dizendo que o documento colocaria fim ao isolamento atômico indiano e alimentaria os esforços globais de combate à proliferação de armas.

Alguns congressistas e especialistas dos EUA criticaram o pacto, afirmando que ele enfraquece os mecanismos mundiais de salvaguarda, em especial o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, que a Índia não assinou por considerar discriminatório.

Mas o apoio do chefe da AIEA, Mohamed ElBaradei, ao acordo dá a ele um selo importante de aprovação. ElBaradei disse que o documento ajudaria a satisfazer a crescente demanda indiana por energia.

"Ele também leva a Índia mais perto de um importante regime de não-proliferação", afirmou em um comunicado. "Isso deve ser um marco histórico e oportuno para os esforços atuais de consolidação de um regime de não-proliferação, de combate ao terrorismo nuclear e de fortalecimento da segurança nuclear", acrescentou.

O acordo ainda precisa ser aprovado pelo Congresso dos EUA, onde deve ser avaliado com rigor. Tom Lantos, congressista democrata (oposição) que integra a Comissão de Relações Internacionais da Câmara dos Representantes, recebeu com cautela o documento.

"Uma estratégica parceria confiável e segura interessa a nossos dois grandes países. E o acordo pode patrocinar uma relação ainda mais próxima entre os EUA e a Índia", afirmou o legislador em um comunicado enviado à Reuters.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]