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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou nesta sexta-feira novas sanções contra a junta militar de Mianmar (ex-Birmânia), frustrado com os esforços que considera inúteis para forçar o governo a avançar na direção de reformas democráticas.

"Que as coisas continuem como sempre é inaceitável", disse Bush em uma declaração na Casa Branca, onde também fez um apelo à China e à Índia para que aumentem a pressão sobre o regime birmanês.

As medidas de represália foram anunciadas pela segunda vez em um mês, deixando entrever a possibilidade de adoção de outras sanções.

Segundo Bush, prosseguem "as atrocidades" após a recente e mortífera repressão pela junta militar birmanesa de um movimento contestatório conduzido por monges budistas.

O Departamento do Tesouro apontou 11 novos dirigentes, entre eles dez ministros, que terão congelados seus bens depositados nos Estados Unidos, além de proibir aos americanos quaisquer negociações com essas pessoas.

Os 11 nomes se somam aos do chefe da junta e de 13 altos responsáveis punidos no final de setembro, em plena repressão a um movimento de protesto sem precedente desde 1988.

O governo americano também decidiu proibir a concessão de visto a 260 autoridades birmanesas e aos membros de suas famílias, de acordo com número divulgado hoje em nota por Bush.

A lista negra de personalidades deve aumentar, já que Bush informou hoje ter tomado medidas para que o Departamento do Tesouro designe outros 12 "indivíduos ou entidades", entre eles duas empresas de Cingapura.

O presidente americano também instruiu o Departamento do Comércio a endurecer suas regulamentações sobre as exportações birmanesas.

Para se livrar de tais sanções, a junta deve começar por permitir ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha e a outras organizações que tenham acesso aos presos políticos. Também deve romper o isolamento do símbolo da oposição e Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, assim como de outros prisioneiros, e autorizar o acesso imediato do enviado especial da ONU Ibrahim Gambari, frisou Bush.

Na última segunda-feira, o próprio presidente dos EUA reconheceu, porém, que a ação americana pode ter pouco efeito, se a junta continuar isolada, enquanto o Conselho de Segurança da ONU se limitou, até o momento, a condenar e mandar seu enviado especial para a região. A China, sobretudo, principal parceira de Mianmar, opõe-se no órgão da ONU a uma condenação em duros termos.

Ao mesmo tempo, os parlamentares americanos também pensam em infligir sanções e pressionar o gigante energético Chevron para que saia desse país do sudeste asiático, onde seus investimentos estariam ajudando financeiramente a junta militar.

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