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O sucesso da Hungria em se livrar do domínio comunista deve ser encarado como um exemplo pelo Iraque, disse nesta quinta-feira o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

- A Hungria representa o triunfo da liberdade sobre a tirania - disse Bush, em discurso no monte de onde os soldados soviéticos investiram contra a capital húngara, Budapeste, na violenta repressão da revolta de 1956.

Poucas semanas antes de ir à Rússia, Bush disse no discurso que a Hungria é um "ícone da liberdade". Ele comparou a luta iraquiana para se transformar numa democracia com os esforços húngaros para derrubar o regime comunista, há 50 anos. Disse ainda que os iraquianos precisam ter a mesma paciência que os húngaros tiveram.

- A Hungria é hoje um membro valoroso da Otan e da União Européia. Vocês sabem que a jornada para a democracia não é fácil, mas continuam tomando as duras decisões necessárias para vencer - disse ele. - A lição da experiência húngara é clara: a liberdade pode tardar, mas não pode ser negada.

Assessores disseram que as declarações de Bush não tinham a intenção de enviar um recado para a Rússia, devido à preocupação com a crescente centralização política no país.

Bush participará de uma cúpula do G-8 em São Petersburgo no mês que vem.

Mas sua declaração sobre a dificuldade de se construir uma democracia era claramente relevante para o Oriente Médio, onde Washington espera que um Iraque estável e democrático sirva como exemplo para a região.

Bush lembrou que se reuniu com o premier iraquiano, Nuri al-Maliki, na semana passada, em Bagdá.

- Os húngaros reconhecerão seu espírito. O premier Maliki está comprometido com os ideais democráticos que também inspiraram os patriotas húngaros em 1956 e em 1989. Ele tem um plano sólido para melhorar a segurança, unificar seu povo e proporcionar uma vida melhor para os cidadãos do Iraque.

O presidente americano disse que a jovem democracia iraquiana ainda está enfrentando ameaças de violência e "inimigos determinados" após a queda de Saddam Hussein.

- Derrotar esses inimigos exigirá sacrifícios e uma paciência permanente, o tipo de paciência que a boa gente da Hungria demonstrou depois de 1956 - disse ele.

Bush afirmou que os EUA vão ajudar o Iraque a reconstruir o país:

- Vamos continuar ajudando o Iraque a tomar seu lugar de direito ao lado dos EUA e da Hungria como ícones da liberdade em nosso mundo.

O presidente americano foi a Budapeste no final de uma curta viagem à Europa, na qual destacou os laços entre EUA e União Européia e a importância da democracia após anos de controle soviético na Europa central e do Leste.

Bush colocou flores em um monumento ao levante de 1956 em frente ao Parlamento e permaneceu parado ali ao lado de sua mulher.

O primeiro-ministro húngaro, Ferenc Gyurcsany, disse que ele e Bush discutiram as pressões para que os EUA retirem as limitações que impedem que cidadãos de nove dos dez novos membros da União Européia, inclusive a Hungria, tenham a mesma isenção de visto que a maioria dos outros 15 países-membros.

- Entendo que é uma questão difícil. Criamos um cronograma para trabalhar em cima desse ponto - disse Bush.

A outra parada de Bush ocorreu em Viena, onde ele participou de uma cúpula com a União Européia, dominada por assuntos como Irã, Coréia do Norte, comércio global e as pressões contra a prisão americana de Guantánamo.

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