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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, qualificou nesta sexta-feira o Cazaquistão de "nação livre" ao receber o líder do país, Nursultan Nazarbayev, acusado por grupos de direitos humanos de comandar um governo autocrático.

Washington considera o Cazaquistão - uma vasta ex-república soviética na Ásia Central com abundantes reservas de gás e petróleo - como um importante aliado estratégico e parceiro econômico em uma região em que as vizinhas Rússia e China também competem por influência.

Mas há problemas na democracia cazaque. As eleições de 2005, quando Nazarbayev foi reeleito, foram consideradas fraudulentas e grupos de direitos humanos disseram que houve restrições do governo à imprensa e à oposição.

Sentado ao lado de Nazarbayev no Salão Oval da Casa Branca, Bush lhe agradeceu por apoiar as guerras americanas no Iraque e no Afeganistão e disse que ambos compartilham o desejo de "derrotar o extremismo" e apoiar as forças da moderação.

- Conversamos sobre nosso compromisso com instituições que permitam à liberdade florescer. Assisti muito atentamente ao desenvolvimento deste importante país, que passou do que era na esfera soviética para a nação livre que é agora - comentou Bush.

Nazarbayev governa o Cazaquistão desde 1989, quando o país, de população majoritariamente muçulmana, ainda era parte da União Soviética.

Bush também elogiou o crescimento econômico do país, de 9% ao ano, e sua decisão de renunciar às armas nucleares. Os EUA são responsáveis por cerca de um terço de todos os investimentos estrangeiros no Cazaquistão.

Como sinal da importância que Bush dá às boas relações com o Cazaquistão, o pai dele, o ex-presidente George Bush, convidou Nazarbayev para ir nesta semana à casa de veraneio da família no Maine.

Martha Brill Olcott, pesquisadora do Fundo Carnegie para a Paz Internacional, disse que Bush provavelmente não vai pressionar demais Nazarbayev em questões relativas às liberdades civis.

- O Cazaquistão não é uma democracia - disse ela. Mas o rápido crescimento econômico e outras forças, acrescentou, vão provocar mais abertura, embora o ritmo das mudanças possa ser mais lento do que o Ocidente gostaria.

Empresas americanas de petróleo estão fortemente presentes no país, que em uma década deve estar entre os dez maiores produtores do mundo.

Uma breve alfinetada da Casa Branca estava em uma nota conjunta em que os países falam da importância do "desenvolvimento democrático" e da necessidade de o Cazaquistão fortalecer instituições democráticas, como a imprensa livre.

O Cazaquistão permitiu que em 2001 as forças dos EUA sobrevoassem seu território para a guerra no Afeganistão. O país também enviou uma equipe de engenheiros para retirar minas terrestres no Iraque.

Nazarbayev quer assumir em 2009 a presidência da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, entidade do continente que também monitora eleições. O Cazaquistão certamente quer apoio de Washington para essa candidatura, mas o assunto não foi discutido publicamente na reunião do Salão Oval.

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