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Em reunião com os democratas para tentar um acordo sobre a liberação de verbas para a guerra no Iraque, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse nesta quarta-feira que voltará a vetar "quantas vezes for necessário" qualquer projeto enviado pelo Congresso que inclua um calendário de retirada das tropas americanas. O resultado do encontro deixou claro que as negociações ainda devem se estender por tempo indeterminado.

Bush vetou na terça-feira a proposta que vinculava a autorização de gastos ao retorno dos soldados americanos entre outubro deste ano e março de 2007. O presidente argumentou que "uma data para a retirada é uma data para o fracasso". Durante a reunião com parlamentares na Casa Branca, ele afirmou que terça-feira "foi o dia que realçou as diferenças".

- Hoje (quarta) é o dia em que podemos colaborar para encontrar pontos em comum - disse o presidente, que, antes do encontro, declarou-se confiante em um acordo.

Mas a presidente democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, afirmou que o Congresso não vai ceder.

- O presidente quer um cheque em branco que o Congresso não vai dar a ele - disse Nancy.

Embora tenham maioria na Câmara, os democratas não conseguiram os dois terços necessários para derrubar o veto de Bush. Em votação nesta quarta-feira, 222 congressistas se manifestaram a favor do projeto de lei, enquanto 203 defenderam o veto presidencial. Ainda assim, Nancy Pelosi reafirmou a posição do Congresso contra a campanha no Iraque.

- Não se equivoquem, nós democratas estamos comprometidos com o fim desta guerra - afirmou após a reunião com o presidente.

Bush designou seu assessor de Segurança Nacional, Stephan Hadley; seu Chefe de Gabinete, Josh Bolten; e seu representante comercial, Robert Portman; para liderar as negociações com os democratas. Antes da reunião, o presidente voltou a insistir que o Congresso deve apresentar uma proposta de orçamento que não esteja vinculada ao retorno das forças americanas.

- Estou confiante que, com a boa vontade das duas partes (a Casa Branca e o Congresso), poderemos superar as declarações políticas e chegar a um acordo sobre um projeto de lei que dê a nossas tropas recursos e flexibilidade para cumprir a sua missão - disse Bush, pela manhã, em discurso para uma associação de empresários.

O veto ao projeto aprovado na semana passada pelo Senado e pela Câmara dos Representantes provocou revolta entre os líderes democratas, que pretendem manter restrições para os gastos no Iraque. Em uma mensagem de veto dirigida ao Capitólio nesta quarta-feira, Bush disse que recusou o projeto de lei porque permitiria que o políticos "dirigissem os comandantes que estão no terreno". O presidente afirmou ainda que a lei foi considerada inconstitucional porque "parece dirigir a condução das operações da guerra de uma maneira que infringe os poderes que a Constituição concede à presidência, incluindo ser comandante em chefe das Forças Armadas".

- Ainda que pensem que foi um erro ingressar no Iraque, seria um erro muito maior retirar-se agora. Não há uma rota fácil de saída. Uma rota fácil seria uma rota errada - avaliou.

Prevendo que não iriam conseguir derrubar o veto, os líderes do Congresso já começaram a negociar novas condições para a liberação dos recursos. Entre as idéias que circulam no Capitólio, está a de incluir "pontos de referência" para medir o progresso do governo iraquiano na estabilização do país, onde recentemente a violência vem crescendo de forma espantosa.

- A bola está do lado do presidente. Ele tem que aparecer com algo satisfatório para os democratas e uma quantidade significativa de republicanos. Tem que haver alguma mudança de direção nesta guerra - disse na manhã desta quarta-feira o líder da maioria no Senado, Harry Reid.

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