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Genebra (AE) – Ignorando o Congresso dos EUA, o presidente americano, George W. Bush, nomeou ontem John Bolton embaixador do país na ONU. Como o nome de Bolton enfrentava forte oposição e estava bloqueado no Senado, Bush esperou que o Congresso iniciasse o recesso de agosto e fez uso de um artifício legal que lhe permite fazer nomeações que em outro momento dependeriam de sanção do Legislativo.

"Escolhi John (Bolton) por causa de sua vasta experiência em política externa, sua integridade e sua disposição para confrontar problemas difíceis de frente. John Bolton vai estabelecer uma clara liderança norte-americana para a reforma da ONU", disse Bush ao nomear de Bolton.

Depois do anúncio de Bush, realizado na Casa Branca, Bolton foi direto ao Departamento de Estado, onde prestou juramento como embaixador e, mais tarde, se dirigiu à sede da ONU para iniciar seus trabalhos. Bolton foi quem provocou a queda do brasileiro José Maurício Bustani da direção da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq).

O diplomata brasileiro, hoje embaixador em Londres, admite que Bolton foi até seu escritório na sede da entidade em Haia, em 2002, informar que o governo americano não estava satisfeito com sua administração. Na época, Bolton era secretário de Estado adjunto para Controle de Armamento e Segurança Internacional.

Poucos meses depois da visita de Bolton, os americanos conseguiram pôr o mandato de Bustani em votação e tiraram o brasileiro do posto, alegando problemas relacionados à forma de trabalho de Bustani. Diplomatas em Haia consideraram que Bustani havia sido afastado por tentar integrar o Iraque de Saddam Hussein a projetos de inspeções da Opaq. Um ano depois, o tribunal da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra julgou o caso e determinou que o brasileiro havia sido afastado de forma injusta.

Bush tem autoridade para nomear embaixadores, ainda que essa não seja uma prática comum. Ele alegou que o posto estava vago havia meses e não poderia continuar assim.

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