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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, declarou nesta quarta-feira (29) que "dias melhores virão" para Nova Orleans, apesar das reclamações pela lentidão no trabalho de reconstrução da cidade e dos problemas políticos que ainda restaram -dois anos depois da destruição causada pelo furacão Katrina.

Fortemente criticado pela demora no socorro federal ao desastre, que arruinou a cidade, Bush fez sua 15ª visita à região e tentou aplacar as reclamações quanto à demora na reconstrução.

"Minha atitude é essa: Nova Orleans, dias melhores virão. Às vezes é difícil para as pessoas enxergarem o progresso quando se vive o tempo todo na comunidade", disse ele depois do minuto de silêncio às 9h38 (horário local), marcando o momento em que os diques romperam e a cidade começou a ser inundada.

Dois anos depois do pior desastre natural da história dos Estados Unidos, ainda há muitas críticas à resposta federal.

O Katrina inundou 80% de Nova Orleans e matou cerca de 1.400 pessoas. Só 60% da população de 500 mil pessoas que viviam na cidade antes do furacão retornaram.

O Partido Democrata está usando Nova Orleans como o símbolo das falhas do governo Bush, na campanha presidencial para as eleições de 2008.

"Se o governo de George Bush fosse tão bom, tão decente e tão dedicado quanto o povo de Nova Orleans, não pareceria em algumas partes da cidade que a tempestade acabou de passar", disse o democrata John Edwards, que lançou sua campanha presidencial no ano passado na região mais atingida de Nova Orleans. "Isso é uma tragédia nacional", disse ele, em uma nota distribuída à imprensa.

O discurso de Bush teve um tom mais esperançoso. Da primeira escola pública a reabrir no bairro mais atingido da cidade, ele falou sobre a recuperação: "A cidade está voltando. Está melhor hoje do que estava ontem. E vai estar melhor amanhã do que está hoje", disse.

Em setembro de 2005, Bush proferiu um discurso emocionado ao país, declarando: "Esta grande cidade vai se reerguer."

A comitiva de Bush passou por dezenas de casas e lojas lacradas. Há críticas sobre a reconstrução da infra-estrutura pública, como o sistema de água e esgoto, os hospitais e os transportes, o que impede os moradores de voltar.

O governo Bush diz que a administração federal disponibilizou cerca de US$ 96 bilhões (cerca de R$ 200 bilhões) da verba alocada para a reconstrução de Nova Orleans e da costa do golfo. Poucas mudanças

Dois anos depois da passagem do furacão Katrina pelo sul dos Estados Unidos, a cidade de Nova Orleans, arrasada pelas enchentes, ainda espera por recursos para a sua reconstrução.

Na área dos cassinos, dos grandes bancos, não há sinais da catástrofe. Mas a menos de cinco quilômetros, pouca coisa melhorou nos últimos dois anos.

O muro de contenção, que se rompeu e a água do canal que atravessa Nova Orleans inundou bairros inteiros, foi reconstruído. Mas os bairros ainda têm áreas totalmente abandonadas.

Miney Mo, morador do distrito mais atingido pelo furacão Katrina, ficou ilhado no teto de uma casa vizinha durante horas. Ele conta que esperou um ano e meio até o Governo Federal emprestar um trailer, para que pudesse voltar a morar no próprio quintal.

A demora na recuperação de Nova Orleans está se transformando num circo político. A prefeitura da cidade diz que as agências federais seguram dinheiro que já deveria ter sido liberado. O estado da Lousianna briga com o estado vizinho, o Mississippi, que recebeu mais apoio do Congresso e os pré-candidatos à presidência americana dizem que Nova Orleans é uma prioridade para eles.

Em visita à cidade, o democrata Barak Obama prometeu que, se for eleito, vai pensar em Nova Orleans todos os dias. "Isso é conversa. Os políticos gastam milhões de dólares fazendo campanha. Por que não adotam um bairro e vêm aqui ajudar a reconstruir casas?", questiona a moradora Mama Dee.

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