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O candidato conservador à Presidência do México, Felipe Calderón, reivindicou vitória nesta segunda-feira em uma eleição bastante disputada e, segundo autoridades, havia poucas chances de seu adversário de esquerda alcançá-lo.

Calderón tinha uma liderança de quase 400 mil votos sobre Manuel López Obrador, com 96,6% das urnas apuradas e uma autoridade eleitoral dizendo que uma recontagem não deve mudar o resultado.

Uma vitória de Calderón, do Partido de Ação Nacional (PAN), iria garantir a continuidade da política de livre mercado do atual presidente, Vicente Fox, e a permanência do México como importante aliado dos Estados Unidos, rompendo com a tendência esquerdista que vinha dominando a América Latina.

Calderón disse que sua liderança na contagem dos votos era "irreversível".

- O resultado me dá uma vitória muito clara, que não pode ser revertida - disse Calderón, confiante, numa entrevista à televisão.

Arturo Sanchez, um dos nove integrantes do Instituto Eleitoral Federal do México, disse que a liderança de Calderón não deve mudar com uma recontagem.

- O que vai acontecer com esses resultados? A verdade é que eles continuarão os mesmos - disse ele à Reuters.

López Obrador disse na noite de domingo que havia ganho a eleição com 500 mil votos de vantagem, mas na segunda-feira parecia mais disposto a reconhecer uma possível derrota.

- Se na contagem que conduzirmos ficar claro que o resultado final não nos é favorável, vou aceitar o resultado - disse ele. Ele acrescentou, no entanto, que vai "defender a vontade do povo se for favorável a nós".

O resultado da apuração oficial e a amenização do tom de López Obrador reduziam os riscos de haver uma grande crise política ou de a eleição ser questionada.

Os mercados financeiros responderam com otimismo. As bolsas subiram 4,5% na abertura dos negócios, e o peso teve uma valorização de 1,5%.

Congresso

Na eleição parlamentar, o partido de Calderón deve se tornar o maior do Congresso, embora não tenha conquistado a maioria.

A maior autoridade eleitoral mexicana disse na noite de domingo que não havia como declarar um vencedor e que seria necessária uma recontagem, mas Calderón insistiu que isso não precisaria mais ocorrer.

Com 96,6% das urnas apuradas, o conservador tinha 36,4% dos votos, 1 ponto percentual à frente do adversário. Mas, se o Instituto Eleitoral Federal determinar uma recontagem, pode levar dias até que saia o resultado oficial.

Ainda há temores de que haja instabilidade política e financeira se houver demora no resultado e se López Obrador insistir em questioná-lo. Esse tipo de instabilidade também preocuparia os EUA.

O governo americano assumiu uma atitude cautelosa na segunda-feira, preferindo esperar pelos resultados oficiais.

- Lembramos que os resultados finais ainda não estão disponíveis - disse Frederick Jones, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. - Assim como os mexicanos, estamos ansiosos pelo anúncio dos resultados.

Partidários de López Obrador lembraram a eleição de 1988, quando a vitória do candidato de esquerda teria sido "roubada", afirmando que a mesma coisa podia estar ocorrendo agora. Para seus adversários, no entanto, o esquerdista está apenas procurando uma desculpa para mobilizar sua base e causar problemas.

- Agora, se ele perder, pode dizer que os ricos roubaram. Isso pode nos levar ao caos - disse o corretor de imóveis Victor Perera.

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