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Os esforços para regenerar a camada de ozônio, que protege os seres vivos do excesso de radiação solar, não surtiram os efeitos esperados e a sua plena restituição só deve acontecer em 2065, cerca de quinze anos após a previsão inicial dos cientistas, informa nesta sexta-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O anúncio tem como base um relatório elaborado por 250 analistas da OMM e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e que será publicado integralmente em 2007. Segundo as entidades envolvidas no estudo, apesar dos resultados lentos, o Protocolo de Montreal (1987) e suas emendas posteriores estão dando resultado, pois os buracos da camada de ozônio vêm sendo reduzidos, desde que alcançaram seu nível máximo entre 1992 e 1994.

"Isso quer dizer que o Protocolo de Montreal funciona, e que o estamos executando bem", afirmou em entrevista coletiva em Genebra o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud.

A camada de ozônio começou a ser destruída pelo uso de produtos químicos que emitem gases nocivos à atmosfera, como os clorofluorocarbonos (CFCs), capazes de destruir a camada e facilitar a entrada dos raios ultravioleta responsáveis pelo câncer de pele.

Embora as últimas previsões, de 2002, indicassem que a camada de ozônio estaria completamente refeita em 2050, as novas medições dos cientistas mostram que este prazo terá que ser ampliado em 5 ou 15 anos.

Diversas razões levaram os cientistas a terem que revisar seus cálculos. Um dos principais motivos foi a inclusão nos cálculos da quantidade de CFC-11 e CFC-12 armazenada nos frigoríficos e outros aparelhos, que não havia sido contabilizada anteriormente. Além disso, observou-se que o produto utilizado para substituir esses gases, o HFCF-22, também danifica a camada de ozônio, embora em menor escala.

Na Antártida - onde o buraco da camada do ozônio alcança seu tamanho máximo entre setembro e outubro, ao conter até 70% menos de ozônio do que em qualquer outra época do ano -, os analistas dizem que a regeneração será muito mais lenta do que o previsto, e que o buraco não desaparecerá antes de 2065. Segundo os cientistas, as massas de ar presentes nessa região não se renovam facilmente e, por isso, as concentrações de substâncias nocivas demoram muito mais para serem diluídas.

Jarraud acrescentou que o arrefecimento do processo exige a renovação dos esforços. Segundo ele, caso todas as emissões de gases nocivos à camada de ozônio fossem encerradas no final deste ano, ela ficaria completamente reconstruída no ano 2034.

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