A maioria democrata da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos apresentou na segunda-feira uma resolução contra o envio de mais soldados ao Iraque, em um confronto aberto à nova estratégia de guerra do presidente George W. Bush.
Enquanto uma resolução semelhante está parada no Senado, a Câmara deve votá-la na sexta-feira - antes, porém, cada um dos 435 deputados terá cinco minutos para se manifestar sobre o envio de 21,5 mil soldados a mais para o Iraque.
A resolução, de caráter apenas simbólico, tem apenas duas frases: "O Congresso e o povo americano vão continuar apoiando e protegendo os membros das Forças Armadas dos Estados Unidos que servem ou serviram brava e honrosamente no Iraque. O Congresso desaprova a decisão do presidente George W. Bush, anunciada em 10 de janeiro de 2007, de enviar mais de 20 mil soldados de combate adicionais dos Estados Unidos para o Iraque".
A bancada republicana admite que não conseguirá impedir a aprovação da resolução e prevê inclusive que alguns deputados governistas votarão a favor. Mas, ainda tentando evitá-la, os republicanos alegaram na segunda-feira que a resolução é o primeiro passo para o corte de verbas militares, algo de que muitos deputados não querem nem ouvir falar.
"Depois que a resolução passar, os democratas vão começar a colocar projetos para sistematicamente cortar verbas para tropas dos EUA", disse o líder republicano na Câmara, John Boehner, em nota.
Os líderes democratas negam a intenção de prejudicar os soldados, mas prometem nas próximas semanas examinar algumas propostas que poderiam restringir o contingente ou mesmo as verbas para a guerra.
As pesquisas mostram que a maioria dos americanos é contra o envio de mais tropas, e o descontentamento com a guerra do Iraque é visto como um dos principais fatores que levaram à vitória democrata nas eleições parlamentares de novembro.
Os líderes republicanos na Câmara queriam votar um substitutivo que impediria um corte nas verbas militares, mas o líder da maioria, Steny Hoyer, rejeitou, alegando que isso provocaria o mesmo tipo de debate que paralisou o Senado na semana passada.
Devido ao impasse, a proposta do Senado acabou arquivada. Na Câmara, o regimento não permite que a minoria obstrua uma votação.
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