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Acusado em eleições anteriores de decidir sozinho o novo secretário-geral, o Conselho de Segurança (CS) criou uma nova lei que mudou fundamentalmente a disputa desse ano pelo cargo mais importante da ONU. A partir desta eleição, todos os candidatos devem ser nomeados por um dos 192 Estados-Membro. Em anos anteriores, muitas vezes os nomes dos candidatos não eram conhecidos pelo público até a revelação do ganhador.

"O CS era acusado de falta de transparência no processo de eleição, mas essa nova regra foi uma resposta aos críticos. Nunca houve candidatos abertamente fazendo campanha como agora. Alguns têm até sites na internet e outros buscam suporte para suas candidaturas em eventos públicos, como em campanhas políticas nacionais", explica Tony Fleming, autor do www.unsg.org, site que está cobrindo a eleição do novo secretário-geral.

Para alguns, essa mudança na regra da eleição é o sinal de uma reforma maior na ONU. "As reformas são um processo: a parte administrativa, orçamentária e financeira pode ser feita, com muita relutância da maioria, se os EUA desejarem, mas as reformas políticas são mais complicadas. A mudança da Carta de São Francisco e a ampliação do CS é um tema díficil, que vai demorar ainda certo tempo", acredita o sociólogo e diplomata Paulo Roberto de Almeida.

Segundo ele, um dos desafios da ONU é rever o conceito de ajuda externa. "O fato, contudo, é que os esquemas tradicionais de ajuda ao desenvolvimento se esgotaram, se eles não são de fato responsáveis pela má situacao de muitos países ajudados. Ajuda externa não é receita de desenvolvimento, mas de dependência de assistência estrangeira, e isso não é bom." (BB)

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