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O ex-presidente panamenho Ricardo Martinelli (ao centro) comemora com sua esposa, Marta Linares, entre outros, a vitória nas primárias do partido Realizando Metas (RM) para as eleições presidenciais de 2024 , em abril, na Cidade do Panamá (Panamá). Martinelli, que governou o Panamá entre 2009 e 2014, aguarda sentença por acusações de lavagem de dinheiro pela compra irregular de uma editora de mídia e o início do julgamento do caso Odebrecht.
O ex-presidente panamenho Ricardo Martinelli (ao centro) comemora com sua esposa, Marta Linares, entre outros, a vitória nas primárias do partido Realizando Metas (RM) para as eleições presidenciais de 2024 , em abril, na Cidade do Panamá (Panamá). Martinelli, que governou o Panamá entre 2009 e 2014, aguarda sentença por acusações de lavagem de dinheiro pela compra irregular de uma editora de mídia e o início do julgamento do caso Odebrecht.| Foto: EFE/Bienvenido Velasco

As campanhas políticas são o "principal espaço para a lavagem de dinheiro", especialmente na América Latina, que há "anos" fala sobre o assunto quando o que se precisa são medidas "efetivas" contra esse tipo de problema, disseram na quinta-feira (22), representantes da ONG Transparência Internacional (TI).

Um fórum sobre integridade política e financiamento da democracia reuniu representantes das divisões da ONG na Argentina, Colômbia e Panamá, na Cidade do Panamá, para tratar da infiltração de fluxos financeiros provenientes da corrupção e do crime organizado na política.

"As campanhas eleitorais são os principais espaços onde o dinheiro da política é lavado, especialmente na América Latina”, disse o argentino Pablo Secchi, diretor executivo do Poder Ciudadano, a divisão argentina da organização.

Secchi afirmou à Agência EFE que a lavagem de dinheiro está muito presente nas campanhas políticas. “É uma forma de trazer dinheiro e esse dinheiro retorna para aqueles que o contribuíram na forma de obras públicas e contratos”.

"Muitas vezes, aqueles que lavam dinheiro são de outros países e de outras regiões, e há países que exportam a corrupção e outros que a importam”, explicou.

"A América Latina tem seus próprios problemas de corrupção e também problemas de importação de corrupção, e a questão da lavagem de dinheiro passa por esses canais", disse o especialista em ciências políticas.

Secchi tomou como exemplo o escândalo de corrupção envolvendo a empresa brasileira Odebrecht, que realizou o pagamento de propinas em troca de contratos públicos registrados em uma dúzia de países, quase todos na América Latina.

"O caso Odebrecht nos mostrou um retrato do que todos nós sabíamos: que há uma irregularidade muito forte na relação entre o setor privado e os governos em muitos de nossos países. Não é todo o setor privado, nem todos os governos, mas talvez tenha nos mostrado um pouco mais do que um retrato da situação, mostrou-nos um filme", declarou.

Secchi disse que a solução para essa questão está em "trabalhar nas regras e no consenso para combater o problema”.

"Na América Latina, em particular, não prestamos atenção suficiente à questão do financiamento político. Quando um caso explode, nos preocupamos e dizemos 'que barbaridade'", afirmou.

Problema antigo

Sandra de Martínez, diretora do Programa de Sistema Político e Iniciativas Estatais da Transparência Internacional na Colômbia, reconheceu que o problema das irregularidades no financiamento de campanhas "não é novo" na América Latina.

"Esse não é um problema novo. Acredito que estamos falando sobre essa questão há quase 20 anos, então o que é necessário no momento é ver resultados efetivos", disse ela enquanto discursava sobre o tema "A participação furtiva e perigosa do dinheiro do crime organizado na política. Experiências e prevenção".

“Essa questão se tornou uma coisa normal na região, porque vamos de escândalo em escândalo", completou.

"É necessário melhorar a forma como os recursos públicos são entregues para evitar essa necessidade de dinheiro do setor privado, que é intrínseca ao risco de serem recursos ilícitos", acrescentou.

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