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Progressista

Religioso tem admiradores no Brasil

François Houtart é um dos mais respeitados líderes do chamado movimento altermundialista, que milita contra o capitalismo e defende um modelo de desenvolvimento "socialmente mais justo".

Filho de aristocratas e doutor em sociologia, passou boa parte da vida defendendo causas chamadas "progressistas", culminando com a idealização do primeiro Fórum Social Mundial, ocorrido em 2001 em Porto Alegre.

Houtart sempre dedicou especial atenção ao Brasil, onde tem muitos amigos e simpatizantes. Um dos entusiastas da candidatura do padre ao Nobel da Paz 2011 era Plínio de Arruda Sampaio, candidato derrotado do PSOL na eleição presidencial.

A candidatura também era apoiada pelo teólogo dominicano Frei Betto. "Estou estarrecido", afirmou Betto ao saber da confissão de abuso. O empresário e militante social Oded Grajew também se disse chocado.

Bruxelas - O padre e sociólogo belga François Houtart, de 85 anos, um dos idealizadores do Fó­­rum Social Mundial, admitiu por escrito ter abusado sexualmente de um primo menor nos anos 70.Em carta divulgada pelo jornal belga Le Soir, Houtart corrobora algumas denúncias feitas pela irmã da vítima para impedi-lo de concorrer ao No­­bel da Paz.

Na carta, o padre conta que os abusos ocorreram quando ele esteve hospedado na casa de tios, nos arredores da cidade de Liège.

"Ao atravessar o quarto de um dos filhos, toquei as suas partes íntimas por duas ve­­zes, o que o acordou e o assustou", descreve Houtart. "Foi eviden­­temente um ato in­­consequen­­te e irresponsável", acrescenta.

O menino, que tinha oito anos de idade, relatou o ocorrido aos pais. O caso foi denunciado duas vezes pela irmã da vítima – ambas as identidades são mantidas em sigilo.

O primeiro relato foi feito em meados do ano passado a uma comissão da Igreja católica belga que investigou casos de abusos, mas o nome do padre não foi citado no relatório final.

A prima só decidiu citar Houtart nominalmente em outubro, em meio a uma campanha de simpatizantes pela candidatura ao Nobel.

A denúncia foi feita à ONG anticapitalista belga Cetri, da qual Houtart era membro.

A organização disse ter expulsado o padre logo após o relato da prima e insistiu em que o caso só não veio a público a pedido dela.

A candidatura de Houtart ao Nobel da Paz, que era apoiada pela Cetri, foi engavetada em no­­vembro sob a alegação oficial de que a idade avançada e os projetos pessoais do clérigo marxista eram incompatíveis com a campanha.

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