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Haitiano pega cédulas eleitorais jogadas em rua de Porto Príncipe, capital do país | Eduardo Munoz/Reuters
Haitiano pega cédulas eleitorais jogadas em rua de Porto Príncipe, capital do país| Foto: Eduardo Munoz/Reuters

Porto Príncipe - Os principais candidatos às eleições presidenciais no Haiti pediram ontem que as eleições sejam anuladas devido às alegações de fraudes e informações de que um grande número de eleitores não conseguiu chegar aos locais de votação. Doze dos dezenove candidatos assinaram um manifesto denunciando fraudes e pediram que seus apoiadores se mostrem descontentamento nas manifestações contra o governo.

A denúncia dos candidatos teve apoio de eleitores. Milhares de haitianos foram às ruas de Porto Príncipe exigir a anulação do pleito.

O pedido dos candidatos inclui também Jude Celéstin, que tem o apoio do partido do presidente René Préval. "Está claro que Préval e o Conselho das eleições não estão preparados para as eleições", afirmou a candidata Anne Marie Josette Bijou, que redigiu o manifesto dos candidatos pedindo a anulação das eleições.

A união entre vários candidatos poderá levantar dúvidas sobre a legitimidades das eleições, a primeira desde o terremoto ocorrido em janeiro deste ano e que destruiu grande parte da capital deixando mais de um milhão de pessoas desabrigadas.

De acordo com as denúncias, eleitores em todo o país encontraram locais de votação fechados poucas horas depois de as eleições terem começado, ou não conseguiram votar por não encontrarem seus nomes nas listas. Também foram reportados relatos de violência e intimidação e urnas de votação foram roubadas e seu conteúdo espalhado nas ruas da capital.

Não estava claro ontem se os problemas resultam de fraudes ou de falta de organização, que piorou depois do terremoto ocorrido em 12 de janeiro. Os resultados preliminares das eleições ocorridas neste domingo não devem sair antes do dia sete de dezembro.

Votação

Os centros de votação das eleições legislativas e presidenciais fecharam, conforme o previsto, às 16 h locais de ontem (19 h de Brasília), pelo Conselho Eleitoral Provisório (CEP). Cerca de 5 milhões de haitianos estavam convocados a renovar o Parlamento e eleger o sucessor do presidente René Préval.

As pesquisas de opinião divulgadas durante a semana apontavam a possibilidade de realização de segundo turno, em 16 de janeiro.

A votação foi realizada em meio à epidemia de cólera, além da destruição provocada pelo terremoto que atingiu o país em janeiro. Nas últimas semanas foram registrados casos de revolta em várias cidades contra as forças da ONU. Muitos haitianos acusam os soldados das Nações Unidas de terem levado a cólera para o país.

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