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Os responsáveis pelas campanhas dos dois candidatos à presidência do Egito, o islamita Mohammed Mursi e o general aposentado Ahmed Shafiq, trocaram acusações de irregularidades neste domingo (17), último dia do pleito.

O chefe de imprensa de Shafiq, Ahmed Sarhan, disse à Agência Efe na sede da campanha que foram registradas "muitas violações por parte da Irmandade Muçulmana", e por isso é necessário que "todos os egípcios votem para proteger a natureza civil do Egito".

"Há cédulas que chegaram já marcadas com o nome de Mohammed Mursi", afirmou Sarhan, destacando também que alguns funcionários nos colégios eleitorais instaram as pessoas a votar no candidato islamita, especialmente os analfabetos.

O porta-voz denunciou também que a Irmandade Muçulmana utilizou "as mesquitas e os clérigos para fazer propaganda contra Shafiq".

E ainda acusou os seguidores de Mursi de incitar a violência nos colégios eleitorais para prejudicar o processo de votação e reduzir a participação.

Um dos porta-vozes de Mursi, Ahmed Deif, negou o envolvimento de seu grupo no assunto das cédulas marcadas e apontou que a responsabilidade é da Comissão Eleitoral e da imprensa.

"Estão tentando dar a sensação que cometemos irregularidades e que compramos votos como fazia o Partido Nacional Democrático (do ex-presidente Hosni Mubarak)", disse Deif a um grupo de jornalistas estrangeiros na sede da campanha.

Também rejeitou as demais acusações e afirmou que há sinais que o antigo regime, a quem acusam de apoiar Shafiq, "voltou a suas práticas e a efetuar um jogo sujo".

Enquanto isso, a conta de Twitter da Irmandade Muçulmana informou que alguns militares impediram a entrada dos representantes de Mursi em vários colégios eleitorais e que houve compra de votos a favor de Shafiq.

Ambos candidatos afirmam que lideram as pesquisas de boca-de-urna e os representantes de Mursi indicaram que, se Shafiq vencer, haveria dúvidas sobre a transparência do pleito.

Já o Movimento 6 de Abril, um dos instigadores da revolução de 2011 que derrubou Mubarak, denunciou irregularidades de ambas partes, como a continuação das campanhas diante dos centros eleitorais e o oferecimento de caronas para levar os eleitores para votar.

Cerca de 51 milhões de egípcios estão convocados a escolher entre Mursi e Shafiq, em um pleito envolto por incerteza e tensão que está sendo supervisado por mais de 14 mil juízes.

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