• Carregando...
Autoridades eleitorais abrem urnas para contar os votos da eleição legislativa em Hong Kong, 19 de dezembro
Autoridades eleitorais abrem urnas para contar os votos da eleição legislativa em Hong Kong, 19 de dezembro| Foto: EFE/EPA/JEROME FAVRE

Candidatos pró-Pequim declararam vitória nas eleições para o Conselho Legislativo de Hong Kong no domingo, em uma votação que teve a participação eleitoral mais baixa já registrada no território, em meio ao aumento da repressão às liberdades da cidade pela China.

Essa foi a primeira eleição para a casa desde que uma série de mudanças no processo eleitoral foi imposta por Pequim no primeiro semestre deste ano, garantindo que apenas "patriotas" ocupem posições de poder. Com isso, a quase totalidade dos assentos foi conquistada por candidatos leais ao Partido Comunista da China nestas eleições.

Pouco mais de 30% dos 4,4 milhões de eleitores compareceram às urnas, o menor número já registrado desde que Hong Kong foi devolvida à China em 1997. O número é a metade do registrado na última eleição legislativa em 2016.

A China declarou nesta segunda-feira que Hong Kong estava entrando em uma nova era de "restauração da ordem", como resultado dessas mudanças. Em comunicado publicado horas após a divulgação do resultado eleitoral, Pequim detalhou a "democracia com características de Hong Kong".

A líder de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou nesta segunda-feira que está "satisfeita" com os resultados do processo eleitoral.

Já governos de países ocidentais manifestaram "grave preocupação" sobre a "erosão de elementos democráticos" em Hong Kong, em um comunicado conjunto assinado pelos chefes das Relações Exteriores de Austrália, Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia e Reino Unido e divulgado após as eleições.

A eleição para a assembleia legislativa estava marcada para setembro de 2020, antes, portanto, da implementação das novas regras, mas foi adiada devido à pandemia.

O número de cadeiras no Legislativo aumentou de 70 para 90, mas o número de representantes eleitos diretamente caiu de 35 para 20.

As candidaturas tiveram que ser previamente aprovadas por um comitê eleitoral apontado como pró-Pequim.

Outros 40 assentos irão para legisladores escolhidos pelo comitê eleitoral, que antes podia definir apenas o chefe do Executivo de Hong Kong. Os ocupantes das 30 cadeiras restantes serão eleitos por representantes de grupos de interesse econômico, como bancos e comércio, também favoráveis a Pequim.

As mudanças na legislação eleitoral ocorreram após a implementação da lei de segurança nacional de Hong Kong, em junho de 2020, que tem servido de base para aumentar a repressão a opositores e ativistas.

Esta foi uma resposta aos protestos pró-democracia ocorridos entre 2019 e 2020. Outra motivação para a China impor as mudanças eleitorais foi a derrota de candidatos pró-Pequim na eleição para os conselhos distritais de Hong Kong, em 2019.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]