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A oposição argentina sabe que tem um desafio muito difícil, mas a confirmação de que a primeira-dama Cristina Fernández de Kirchner será a candidata do governo nas eleições presidenciais de outubro trouxe esperança aos oposicionistas de chegar ao segundo turno.

A senadora atualmente tem cerca de 45 por cento das intenções de voto, segundo várias pesquisas, enquanto os dois principais nomes da oposição chegam a cerca de 10 por cento cada.

"A única alternativa real da oposição é que o governismo obtenha uma votação aquém dos 40 por cento, com o que a oposição encontra a possibilidade de fato de se unificar por detrás de quem fique em segundo", disse o analista político Rosendo Fraga.

"É um cenário improvável, embora não impossível, mas aumenta com a candidatura de Cristina", acrescentou.

No sistema eleitoral argentino, um candidato é declarado vitorioso sem necessidade de segundo turno caso alcance 45 por cento dos votos, ou ainda se tiver pelo menos 40 por cento e abrir uma diferença de 10 pontos percentuais sobre o segundo.

A senadora é vista como uma mulher de caráter forte, com longa história política, muito bem preparada e com muita influência nas decisões do marido.

Mas, apesar da fama de durona, analistas dizem que ela buscará o consenso depois do ruidoso governo de seu marido, que dividiu a política em amigos e inimigos, sem zonas cinzentas.

"Cristina supõe a continuidade de todas as políticas econômicas que o presidente Kirchner levou adiante, mas supõe também um avanço da institucionalidade e um avanço também no posicionamento da Argentina frente ao mundo", disse o chefe de gabinete do governo, Alberto Fernández.

O grande trunfo eleitoral dela será a reativação econômica verificada nos quatro primeiros anos do governo Kirchner, nos quais a econômica cresceu acima de 8 por cento ao ano, permitindo uma constante melhoria nos indicadores sociais e do consumo.

Mas a opinião pública também entende que ela terá mais dificuldades que seu marido. Segundo pesquisa feita no site do jornal La Nación, em que votaram 2.267 usuários, 69,7 por cento acham que a oposição fica com mais chances no novo cenário, enquanto 10,8 por cento vêem suas possibilidades reduzidas.

"Está claro que Cristina é uma candidata mais frágil. Este anúncio é uma boa notícia para a oposição. Isso nos põe num segundo turno seguramente", disse Gerardo Morales, candidato a vice do ex-ministro de Economia Roberto Lavagna.

O anúncio da primeira-dama coincide com outras vitórias de mulheres argentinas na política. No fim de semana, Fabiana Rios se tornou a primeira mulher a se eleger governador, na Terra do Fogo, enquanto Gabriela Michetti foi eleita vice em Buenos Aires.

Elisa Carrió, líder da oposição de centro-esquerda, voltará a se apresentar como candidata a presidente. Nas pesquisas, ela aparece praticamente empatada com Lavagna.

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