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Comandos australianos desembarcaram em um Timor Leste caótico nesta quinta-feira, enquanto tiroteios na capital Dili deixavam ao menos três mortos e mantinham os moradores trancafiados em suas casas.

Cerca de 150 soldados australianos ocuparam o aeroporto de Dili antes da chegada de 1.300 militares convocados para restabelecer a paz e a ordem depois de semanas de distúrbios no pequeno país.

Ao menos três pessoas foram mortas e várias ficaram feridas na quinta-feira, disse à Reuters Arlindo Marçal, embaixador de Timor Leste em Jacarta. Os confrontos pararam pouco depois de os australianos desembarcarem e serem recebidos com satisfação pela população local.

O inexperiente e empobrecido governo da ex-colônia portuguesa tenta acabar com os conflitos iniciados depois da demissão de cerca de metade das Forças Armadas. Antes de quinta-feira, os conflitos tinham deixado ao menos seis pessoas mortas em Dili. Testemunhas contaram que vários tiroteios aconteceram na capital nesse dia e que alguns prédios tinham sido invadidos.

- Estamos nos escondendo - disse um morador à Reuters. - Não tem ninguém andando nas ruas de Dili. Apenas os militares e os policiais.

Milhares em fuga

- Está bastante claro que a situação em Dili deteriorou-se (hoje) - disse o premiê australiano, John Howard, a repórteres, em Camberra. - Há vários relatos sobre uma situação bastante caótica.

Segundo o premiê, o navio HMAS Adelaide já estava no porto da capital de Timor Leste.

Timor Leste pediu nesta semana a ajuda de soldados de Austrália, Nova Zelândia, Portugal e Malásia depois de uma unidade da polícia militar ter se rebelado e as forças timorenses não terem conseguido acalmar a situação.

Combates ocorridos nos últimos dois meses envolveram trocas de tiro e vários episódios de incêndio criminoso, fazendo com que milhares de pessoas buscassem segurança nas montanhas ou em embaixadas, instituições religiosas e postos das Forças Armadas.

Um líder da facção rebelde, major Alfredo Reinaldo, que recebeu treinamento na Austrália, afirmou que cooperará com os soldados australianos, mas ressaltou que não confia no governo de Timor Leste.

- Não se preocupem, estou do lado de vocês. Estou com a Austrália. Estou do lado das forças de paz - disse o major à rádio Australian Broadcasting Corp.

Reinaldo afirmou que deseja ouvir o presidente de Timor Leste, Xanana Gusmão, respeitado por ter experiência militar, mas rejeitou a autoridade do governo do país.

A razão alegada para o levante é a insatisfação com o fato de soldados terem sido demitidos, com a falta de benefícios e com a discriminação. Reinaldo afirmou que se envolveram nos combates pessoas vindas das partes oeste e leste do país.

Autoridades dizem que grupos da oposição estão explorando a situação, realizando ataques e resistindo aos esforços de mediação.

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