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Investigadores russos ordenaram à polícia nesta sexta-feira a detenção dos capitães de duas embarcações que, segundo sobreviventes, passaram ao lado de um barco que afundou em um rio sem parar para prestar assistência às vítimas.

Os dois capitães serão interrogados, disse o porta-voz da Comissão de Investigação federal da Rússia, Vladimir Markin.

Sobreviventes que conseguiram escapar quando um barco turístico com 208 pessoas a bordo afundou no Rio Volga no domingo disseram que viram dois barcos comerciais passarem enquanto as vítimas lutavam para não se afogar.

Um homem disse que ele e outros sobreviventes acenaram com os braços repetidas vezes, sem sucesso, e segundo a mídia russa, pessoas na embarcação que estava de passagem tiraram fotos com os celulares.

O número de mortos confirmados no pior desastre ocorrido em um rio na Rússia em quase três décadas chegou a 114 pessoas nesta sexta-feira, e autoridades de emergência disseram que mergulhadores haviam realizado buscas em todas as partes acessíveis do barco Bulgaria, que afundou rapidamente para o fundo do rio.

Outras 15 pessoas ainda estão desaparecidas e supostamente mortas, enquanto 79 sobreviventes - a maioria resgatada por outro barco turístico que passou mais de uma hora depois que o Bulgaria afundou cerca de 3 quilômetros da margem durante uma tempestade.

O acidente com o barco superlotado, de 56 anos, reativou as preocupações sobre a negligência e a corrupção, responsáveis por acidentes fatais na Rússia, e a condição de barcos, aviões, fábricas e instalações construídas no período sovíetico.

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, cuja década no poder tem sido manchada por desastres, visitou o Volga na noite de quinta-feira e disse que as vidas perdidas no rio eram o preço que a Rússia paga pela "irresponsabilidade, complacência e ganância".

Autoridades prenderam o chefe da empresa turística que alugou o Bulgária e um inspetor de transportes hidroviários.

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