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O tunisiano Mohammed Alì Malek (no centro) está preso na Itália foi acusado de sequestro. | DARRIN ZAMMIT LUPI/REUTERS
O tunisiano Mohammed Alì Malek (no centro) está preso na Itália foi acusado de sequestro.| Foto: DARRIN ZAMMIT LUPI/REUTERS

A Promotoria de Catânia, no sul da Itália, que investiga o naufrágio da embarcação com cerca de 850 imigrantes no Canal da Sicília no domingo passado, acrescentou o crime de sequestro às acusações já formuladas contra o capitão do barco, o tunisiano Mohammed Alì Malek, por ter fechado centenas de pessoas no porão.

Guarda costeira da Itália resgata 220 pessoas perto da Líbia

A guarda-costeira italiana informou ontem que resgatou outros 220 imigrantes, entre eles cinco mulheres, que estavam a bordo de duas embarcações e se encontravam em situação de perigo a 40 milhas ao norte da Líbia.

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Até a noite de ontem, só 28 dos 850 passageiros haviam sido resgatados com vida. O naufrágio foi considerado o mais mortal na história da travessia entre o norte da África e a Europa pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados.

Na terça-feira, a Promotoria de Catânia informou que um erro do capitão do barco pesqueiro é a causa mais provável para o naufrágio. O barco se chocou com o navio português que foi resgatá-lo.

Em comunicado, a Promotoria comunicou que solicitou nesta quarta-feira ao juiz instrutor a confirmação da detenção das duas pessoas, Malek e o sírio Mahmoud Bikhit, identificados entre os 28 sobreviventes como os traficantes responsáveis por levá-los ao litoral italiano.

Os sobreviventes também disseram que todos os que estavam no andar debaixo e no porão foram fechados com chave, por isso que não conseguiram sair quando a embarcação afundou. Malek foi acusado de sequestro de pessoas com o agravante da presença de menores. Este delito se soma ao de homicídio culposo múltiplo, naufrágio e instigação à imigração clandestina, pelos quais ambos já tinham sido acusados.

O suposto dono do pesqueiro naufragado no Mediterrâneo assegurou ser apenas um passageiro.

“Eu não tenho nada a ver, paguei para viajar, era um passageiro e não estava no comando”, disse o tunisiano. Ele confirmou que a causa do afundamento foi uma série de colisões com um navio mercante português que tentava socorrê-los. “Era noite e o navio estava escuro. Havia muito nervosismo e as pessoas queriam subir a bordo do mercante”, afirmou.

O naufrágio aconteceu na madrugada do domingo, quando a guarda costeira italiana recebeu uma chamada de socorro. Havia a informação de que uma embarcação estava afundando e as autoridades italianas solicitaram ajuda da embarcação portuguesa “King Jacob”. Foram recuperados 24 corpos. Entre os 28 sobreviventes estão os dois acusados de pertencer a uma rede de tráfico de pessoas.

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