Apelo
ONU pede às Farc que libertem reféns e abandonem sequestros
AFP
O representante na Colômbia do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Christian Salazar, pediu ontem à guerrilha colombiana das Farc que liberte "sem condições" todos os seus sequestrados e que respeite os Direitos Humanos.
"Pedimos a libertação imediata de todos os sequestrados, sem condições", disse Salazar, que considerou que as Farc devem libertar não só militares, como também civis. "Não pode ser um procedimento (de libertação) gota a gota. Temos que pôr fim a esta prática (do sequestro) por completo", acrescentou, ressaltando que o sequestro é uma "prática desumana que poderá ser classificada como crime de guerra".
Ao menos seis pessoas morreram e cerca de 40 ficaram feridas ontem na explosão de um carro-bomba na cidade de Buenaventura, na Colômbia, em um atentado sob suspeita de execução por guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) ou por traficantes de drogas.
O ataque ocorreu por volta das 9h30 (7h30 no horário de Brasília). Segundo as investigações iniciais, um veículo com 40 quilos de explosivos foi ativado durante a passagem de um carro da polícia, nas imediações das sedes do Ministério Público e da prefeitura locais.
O chefe das Forças Armadas da Colômbia, general Freddy Padilla, e o governador local, Juan Carlos Abadía, atribuíram o atentado às esquerdistas Farc, a principal guerrilha da Colômbia. Segundo eles, o objetivo é desestabilizar o processo eleitoral para a escolha do sucessor do presidente Álvaro Uribe o primeiro turno será em 20 de maio.
"Esses bandidos precisam praticar atos terroristas que causem distração, pretendem gerar um ambiente de medo porque Buenaventura é o principal porto do país, disse o governador Juan Carlos Abadía.
Versões
Já o Ministério Público levantou outras duas hipóteses para o ataque: disputa entre traficantes rivais ou reação do tráfico a episódios recentes de repressão à atividade pela Promotoria e pela polícia. "Pelo lugar do atentado (perto da Promotoria e da prefeitura), dá a impressão de ser retaliação, disse o procurador-geral da República, Guillermo Diago.
A Defensoria Pública colombiana alertou recentemente sobre possíveis ataques em Buenaventura, localizada 550 km a oeste de Bogotá.
Alvo de uma série de atentados desde 2005, a região é visada por guerrilheiros, paramilitares e narcotraficantes por sua posição privilegiada no oceano Pacífico, como rota estratégica para envio de drogas ao México e aos EUA. Na última segunda-feira, as Farc incendiaram sete caminhões na estrada que liga a cidade ao centro do país.
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