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Um dos 14 presos de ``alto valor'' transferidos no ano passado de prisões secretas da CIA para a base naval de Guantánamo diz em carta à sua mulher que ela não deve acalentar esperanças de seu regresso, disse o Washington Post na quinta-feira.

``Se eu voltar, será um milagre de Deus'', escreve Majid Khan, 26, preso por suspeita de terrorismo, em carta manuscrita enviada à sua mulher paquistanesa e divulgada por um site em urdu (idioma do Paquistão) operado pela BBC, segundo o jornal.

Essa carta e três outras a parentes em Maryland formam a primeira comunicação substancial de qualquer dos 14 presos que estiveram nas detenções da CIA até setembro, quando foram transferidos para a base naval em Cuba, de acordo com o Post.

Khan, cidadão paquistanês, disse ser mantido em uma cela solitária, com direito a uma hora de banho de sol por dia, e que às vezes conversa com companheiros através das paredes da cela, informou o diário.

As cartas contêm poucos detalhes adicionais. Editadas por censores militares, elas foram entregues aos parentes de Khan por meio do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, afirmou o Washington Post.

O governo dos EUA impede que Khan e outros presos considerados de alta periculosidade tenham acesso a advogados, pois argumenta que os métodos de interrogatórios da CIA ao qual foram submetidos estão entre os segredos mais importantes de segurança nacional, sempre de acordo com o jornal.

Por causa disso, pouco se sabe sobre a prisão, detenção ou interrogatório dos 14 detentos.

Segundo o Post, autoridades dos EUA consideram que Khan recebeu ordens de Khalid Sheikh Mohammed, suposto mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA e também detido em Guantánamo.

Mahmood Khan, irmão do preso que vive nos arredores de Baltimore, disse ao Washington Post que a família decidiu divulgar as cartas recebidas em dezembro para chamar a atenção sobre o caso.

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