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Balir advertiu que a "influência corruptora e a crescente violência dos cartéis da droga mexicanos impedem à capital de governar em partes do território" | Alex Wong / AFP Photo
Balir advertiu que a "influência corruptora e a crescente violência dos cartéis da droga mexicanos impedem à capital de governar em partes do território"| Foto: Alex Wong / AFP Photo

O diretor de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, o vice-almirante Dennis C. Blair, disse nesta terça-feira (10) em depoimento ao Comitê de Serviços Armados do Congresso americano que a "influência corruptora e a crescente violência dos cartéis da droga mexicanos impedem à capital de governar em partes do território", do México. Um funcionário graduado do Departamento de Estado dos EUA disse que a violência do narcotráfico cruzou a fronteira e já afeta 200 cidades norte-americanas, enquanto o senador republicano John McCain, na mesma tarde de depoimentos, disse que a "guerra das drogas" está se ampliando ao norte da fronteira mexicana e lembrou que o Departamento de Justiça dos EUA já identificou os cartéis mexicanos como "a maior ameaça do crime organizado aos EUA".

O Congresso dos EUA está debatendo a Iniciativa Mérida, a versão norte-americana do "Plano Colômbia" para lutar contra o narcotráfico no México.

Os cartéis da droga ampliaram a violência no México na segunda-feira, com mais assassinatos, incluídos de comandantes e chefes da polícia, nos Estados de Guerrero, Michoacán e Baja Califórnia.

Homens armados mataram seis pessoas, incluindo um chefe de polícia local, em uma série de ataques na segunda-feira, em cidades localizadas em meio a montanhas no Estado de Guerrero, na costa do Pacífico. O chefe de polícia de Pungarabato levou vários tiros enquanto dirigia seu Mustang vermelho em uma rodovia perto da cidade, na manhã de segunda-feira. O relato do crime foi feito pelo departamento de segurança pública de Guerrero, em comunicado à imprensa. A polícia mexicana também deteve 60 pessoas em uma festa em Tijuana, cidade na fronteira com os Estados Unidos, incluído um matador acusado de esquartejar corpos para os traficantes.

Em Guerrero, cinco outros homens foram mortos a tiros em diferentes cidades na isolada zona montanhosa conhecida como Tierra Caliente, segundo a polícia estadual.

Angel Jacome Gamboa é acusado de trabalhar para Eduardo Teodoro García Simental, um ex-membro do clã de Arellano Félix que agora disputa o controle do narcotráfico em Tijuana. Segundo o comandante militar Alfonso Duarte Mujica, Jacome estava com uma pistola 9mm folhada a ouro, com a imagem da Santa Muerte, um esqueleto idolatrado no país por alguns traficantes e criminosos em geral.

García Simental, conhecido como "El Teo", abreviatura de Teodoro, apareceu frequentemente em reportagens no ano passado, por causa do banho de sangue de corpos mutilados, decapitações e outros crimes em Tijuana e na região.

Dois policiais estaduais e um ex-policial do município de Rosarito também foram detidos, segundo Mujica.

Também na segunda-feira, homens armados mataram um comandante policial do Estado de Michoacán, nas proximidades da sede da polícia na cidade de Zamora. Agustín Ruvalcaba foi transferido para Zamora, vindo da violenta cidade de Uruapán, dois dias antes, afirmou o procurador-geral do Estado de Michoacán, Miguel García.

A violência relacionada ao narcotráfico já deixou mais de 7.200 pessoas mortas desde janeiro de 2008, enquanto os cartéis confrontam-se entre si e com o Exército pelo controle de território.

O presidente Felipe Calderón disse na segunda-feira que os Estados Unidos devem ter um maior papel na luta contra as drogas, mas deixou claro que não apoiaria uma intervenção militar norte-americana. Calderón fez os comentários durante entrevista coletiva ao lado de seu colega francês, Nicolas Sarkozy.

Cifras

O negócio das drogas no México envolve diretamente 150 mil pessoas, que movimentam um valor total de até US$ 25 bilhões, afirmou nesta terça-feira o diretor do escritório de narcotráfico internacional do Departamento de Estado norte-americano, David T. Johnson.

Além disso, 300 mil pessoas estão envolvidas no cultivo de maconha e ópio, disse Johnson durante audiência do subcomitê de relações exteriores da Câmara dos Representantes.

Segundo ele, foram produzidas no país em 2008 aproximadamente 18 toneladas de heroína e quase 16 mil toneladas de maconha, de olho no mercado consumidor dos EUA.

Johnson apontou que 90% da cocaína que chega aos EUA passa pelo México vinda da América do Sul. O funcionário falou durante audiência convocada para renovar o financiamento da Iniciativa Mérida, proposta há quase dois anos pelos presidentes George W. Bush e Calderón.

O Pentágono estima que se consuma no mundo anualmente 600 toneladas de cocaína, das quais a metade chega ao mercado norte-americano. Johnson lembrou que o problema tem gerado também corrupção, lavagem de dinheiro, chacinas nas prisões, tensão na fronteira, aumento da demanda e mais recentemente uma onda de violência.

O Congresso está em meio ao processo para aprovar os primeiros US$ 465 milhões da Iniciativa Mérida. Desse valor, US$ 400 milhões irão para o México. Países da América Central também receberão dinheiro e apoio norte-americano para o combate ao narcotráfico, no âmbito da iniciativa. As informações são da Associated Press.

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