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A Casa Branca se recusou nesta segunda-feira (9) a ceder aos inúmeros apelos de retirada dos soldados americanos do Iraque, apesar de haver uma nova ofensiva democrata contra a guerra e os republicanos viverem um racha interno.

As informações do jornal americano "The New York Times" de que haveria um intenso debate no governo sobre uma retirada progressiva das tropas das cidades do Iraque foram negadas pelo o porta-voz da presidência, Tony Snow, que as considerou "bem longe da realidade".

O porta-voz lembrou que o presidente dos EUA, George W. Bush, sempre condicionou a retirada do Iraque à evolução da situação naquele país.

"A idéia de tentar se fazer um julgamento mais político do que militar sobre o envio de soldados é completamente errado", afirmou Snow.

De acordo com o "The New York Times", que citou funcionários que pediram o anonimato, Bush e seus conselheiros esperavam empurrar a discussão sobre a retirada gradual de tropas para quando o Congresso tivesse acesso, em setembro, ao relatório do general David Petraeus, comandante das forças americanas no Iraque, e ao embaixador dos Estados Unidos em Bagdad, Byan Crocker.

Mas a estratégia de Bush para o Iraque entra numa fase crítica com a retomada dos trabalhos do Senado. Os democratas prevêem lançar, na próxima segunda-feira, um debate de duas semanas sobre o orçamento da Defesa.

Críticas

Bush também tem sofrido com críticas de republicanos renomados que até então vinham apoiando a guerra no Iraque. Os democratas esperam conseguir a ajuda deles para obrigar Bush a mudar a política no Iraque.

Os acontecimentos recentes deixam pouca margem aos aliados do presidente americano, considerou a senadora republicana Susan Collins, em entrevista à rede "CNN".

"Em primeiro lugar, há perdas enormes entre os soldados: junho foi um dos meses mais sangrentos", disse ela. Mais de 3.600 soldados americanos já morreram desde a invasão do Iraque em março de 2003.

"Depois, tem o fracasso do governo iraquiano em prosseguir as reformas políticas que são necessárias para combater as violências religiosas", acrescentou ela, ressaltando que "vê-se um desgaste constante da política do presidente Bush".

Os senadores republicanos Richard Lugar, George Voinovich e Pete Domenici recentemente pediram a mudança da estratégia no Iraque, mas parece pouco provável que estes senadores apóiem uma demanda democrata para o retorno imediato dos soldados americanos.

O "The New York Times", que até agora rejeitava esta opção, defendeu no domingo uma retirada "sem demora" dos soldados americanos no Iraque, afirmando num editorial que a tentativa de Bush para estabilizar o país era uma "causa perdida".

O ministro iraquiano de Relações Exteriores, Hoshyar Zebari, advertiu nesta segunda-feira que uma retirada muito rápida das tropas americanas no Iraque poderia causar um aumento da violência no país, inclusive um conflito regional.

Esta retirada "poderia levar a uma guerra civil, a uma divisão do país ou a uma guerra regional", afirmou o ministro para a imprensa.

O secretário de Defesa, Robert Gates, cancelou no último domingo uma viagem prevista para a América Latina. Com isso, ele espera concentrar esforços sobre um relatório prévio sobre a situação no Iraque que deve chegar ao Congresso em 15 de julho.

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