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Teste de Covid-19 em frente a uma estação ferroviária de Pequim, China, em 9 de agosto de 2021| Foto: ROMAN PILIPEY/Agência EFE

A China confirmou nesta segunda-feira (9) 181 novas infecções por Covid-19, sendo 108 casos sintomáticos de transmissão comunitária, o número diário mais alto nesta nova onda da pandemia no país, causada pela variante delta do novo coronavírus.

Pelo menos 13 províncias chinesas foram afetadas desde que foi detectada, em 20 de julho, a transmissão local do vírus na cidade de Nanquim, em Jiangsu. Ao menos 988 casos foram confirmados pela Comissão Nacional de Saúde da China (NHC, na sigla em inglês) nestes 20 dias.

Para enfrentar a nova onda, a China está adotando medidas semelhantes às instituídas em janeiro do ano passado, quando a doença surgiu em Wuhan, mesmo que os números atuais sejam muito inferiores aos que foram apresentados pelo governo naquela época.

Testes em massa, quarentenas obrigatórias, confinamento de uma cidade inteira, proibição da circulação de carros privados em estradas, restrição de viagens intermunicipais e reforço no fechamento de fronteiras foram algumas das medidas adotadas nas regiões mais afetadas.

Em uma cidade, autoridades chegaram a oferecer uma recompensa em dinheiro para aqueles que informassem sobre pessoas que recentemente tinham viajado para lugares de alto risco de transmissão e que, por algum motivo, ainda não tinham feito o teste para Covid-19. Outras cidades colocaram trabalhadores para monitorar prédios residenciais isolados. A fronteira com Hong Kong também foi fechada.

Além das restrições, mais de 30 autoridades locais foram demitidas ou receberam punições por causa do aumento de casos de Covid-19 em suas cidades. Entre os que deixaram seus cargos, segundo relatou o Washington Post, estão um vice-prefeito, diretores de distritos locais, gerentes de hospitais, de turismo e até mesmo de um aeroporto em Nanquim, onde o novo surto teve origem.

Tolerância zero

As medidas anunciadas, embora regionais, já estão começando a pressionar a economia chinesa, segundo analistas. Se elas foram estendidas até setembro, a previsão de crescimento do PIB chinês – de mais de 8% – em 2021 pode ser revisada para baixo.

"Uma nova rodada de surto de Covid-19 causado pela variante Delta desde meados de julho representa o maior desafio em mais de um ano para o governo chinês", disse o Bank of America Securities, banco multinacional de investimentos, em nota na sexta-feira passada.

Recentemente houve um debate sobre a estratégia de "tolerância zero" adotada pelo governo chinês, depois que Zhang Wenhong, um médico que ganhou notoriedade no surto de Covid-19 em Wuhan e é conhecido como "Dr. Fauci" da China, disse em suas redes sociais, para seus mais de três milhões de seguidores, que "o mundo precisa aprender a coexistir com este vírus", sugerindo que seu país passe modifique sua política para o combate à Covid-19.

Em resposta à discussão que se criou, o ex-ministro da saúde chinês Gao Qiang rejeitou uma abordagem mais flexível para o controle da pandemia, criticando países ocidentais. "A 'coexistência com o vírus’ [observada] na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos e em outros países já trouxe sérias consequências aos esforços globais para conter a epidemia. Não devemos repetir os mesmos erros", escreveu, em um artigo publicado na quinta-feira passada, de acordo com a tradução do South China Morning Post.

Até agora, Pequim não deu sinais de que vai mudar sua política de "tolerância zero" com o vírus. Autoridades nacionais de saúde estão apostando que o novo surto será totalmente controlado até o fim de agosto.

Segundo uma reportagem do jornal estatal chinês Global Times, se cada província for capaz de detectar infecções potenciais em tempo hábil e conter sua disseminação de acordo com a política atual, um sistema de predição da pandemia desenvolvido por uma universidade chinesa indica que esta onda de Covid-19 será controlada por volta de 23 de agosto e os números de infecção cumulativos ficarão entre 1.087 e 1.598.

Nenhuma nova infecção comunitária pode ser registrada no dia para que a China considere que a epidemia está controlada.

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