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Ted Boy Marino, 72 anos, morreu no início da noite desta quinta-feira (27), após uma cirurgia de emergência de trombose | Zulmair Rocha/Folhapress
Ted Boy Marino, 72 anos, morreu no início da noite desta quinta-feira (27), após uma cirurgia de emergência de trombose| Foto: Zulmair Rocha/Folhapress

O Parlamento da Catalunha aprovou ontem a convocação de um referendo popular para que os catalães decidam "livre e democraticamente seu futuro coletivo", em referência à separação da Espanha.

A proposta foi aprovada por 84 votos a favor dos 131 emitidos, com apoio da coalizão governante Convergência e União (CiU, cen­­tro-di­­rei­­ta na­­cionalista),­­ Es­­querda Re­­publicana da­­­­ Ca­­ta­­lu­­nha (ERC, in­­de­­pen­­den­­tista) e grupos minoritários de esquerda.

O ramo catalão do Partido Popular, do premiê espanhol Mariano Rajoy, e a legenda Ciu­­tadans (Cidadãos, em catalão) votaram contra. A maioria dos deputados do Partido Socialista da Catalunha se abs­­teve.

A medida foi aprovada após a chamada, anteontem, de eleições parlamentares antecipadas na região autônoma, feita pelo presidente de governo, Artur Mas. O novo plei­­to será realizado em 25 de novembro.

O chefe de governo afirmou que a intenção é abrir caminho a um processo no qual os catalães decidam sobre o futuro da relação com a Espanha, em meio a uma forte crise econômica.

O líder nacionalista tomou essa decisão após uma grande manifestação em Bar­­celona no dia 11 e depois que­­ Rajoy rejeitou conceder à Ca­­talunha um tratamento fiscal especial.

Governo espanhol

O governo espanhol lembrou ontem que a convocação de um eventual referendo defensor da soberania na Catalunha tem que ser autorizado pelo Estado.

Se for feita uma convoca­­ção recorrendo à lei cata­­lã, o governo nacional poderia­­ pedir ao Tribunal Cons­­titu­­cional para deixá-la sem efei­­to, afirmou a vice-presi­­den­­te espanhola, Soraya Sá­­enz de Santamaría.

A "número dois" do governo lembrou, ao ser perguntada sobre esse assunto em entrevista coletiva, que essa convocação afetaria "todos os espanhóis", por isso a consulta teria que ser realizada em todo o país.

A vice-presidente também disse que o governo está disposto a usar todos os instrumentos existentes para impedir uma consulta desse tipo, que, alegou, não seria "conforme a Constituição". "Não há apenas instrumen­­tos jurídicos para pará-lo, mas além disso há um governo, este governo, que está disposto a usá-los", ressaltou, acrescentando que o Executivo po­­deria recor­­rer ao Tri­­­­bu­­­­nal­­­­ Cons­­­­ti­­tu­­cio­­nal.

"Ou se­­ja,­­ se for ado­­tada a decisão de­­ convo­­car um re­­ferendo dessa na­­tureza in­­cons­­ti­­tu­­cio­­nal, se vai­­ direta­­mente ao Tribunal

Constitucional" e se "suspende a convocação" da consulta "logo após o governo pedir", especificou.

A Catalunha, que respon­­de por 18% do PIB espanhol, enfrenta como o resto da Es­­panha as consequências da crise com o aumento do desemprego e drásticos cortes sociais que promoveram o descontentamento local.

Os partidos nacionalistas catalães reclamam que uma grande fatia de recursos provenientes da região, uma das maiores da Espanha, acabam em regiões mais pobres.

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