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Intervenção

Catar admite o fornecimento de armas a rebeldes

País árabe teria entregado por navio mísseis antitanque, de fabricação francesa, às autoridades de Benghazi

Rebeldes líbios lancham em frente de muro com grafite do ditador Muamar Kadafi, em Benghazi | Marwan Naamani/AFP
Rebeldes líbios lancham em frente de muro com grafite do ditador Muamar Kadafi, em Benghazi (Foto: Marwan Naamani/AFP)

Londres - Um dos países que mais apoiam politicamente os rebeldes líbios, o Catar admitiu ontem estar fornecendo armas aos insurgentes para ajudar a derrubar o regime de Muamar Kadafi. É a primeira confirmação oficial de ajuda externa a rebeldes.

A entrega de material a combatentes antirregime mostra que o apoio aéreo da cada vez mais dividida coalizão internacional não é suficiente para permitir avanços militares significativos deles.

Segundo fontes de Doha citadas pelo jornal britânico Guardian, o Catar entregou, provavelmente por navio, mísseis antitanque Mi­­lan, de fabricação francesa, às au­­toridades de Benghazi, "capital rebelde’’, situada a leste.

O presidente americano, Ba­­rack Obama, confirmou a informação em declarações à imprensa feitas ao lado do emir do Catar, xeque Hamad bin Khalifa al Tha­­ni, recebido ontem na Casa Branca.

"O Catar não somente vem apoiando diplomaticamente [os rebeldes líbios] como também mi­­litarmente. E nós somos muito gratos ao trabalho excepcional que os catarianos vêm fazendo com outros membros da comunidade internacional’’, disse Obama.

O emir do Catar agradeceu o apoio americano ao "processo de democratização’’ na Líbia, mas se absteve de citar a entrega de ar­­mas.

Um dos países diplomaticamente mais ativos do Oriente Mé­­dio, o pequeno e rico Catar foi um dos primeiros a reconhecer oficialmente o governo de Benghazi e está ajudando os rebeldes a ex­­portar petróleo.

Críticos dizem que o Catar tem uma posição dúbia acerca das re­­voltas nos países árabes ao apoiar, de um lado, insurreições na Líbia, Tunísia e Egito e, do outro, ao en­­viar tropas para ajudar Bahrein a reprimir protestos.

A remessa de armas é uma das principais reivindicações dos re­­beldes, que também pedem a in­­tensificação dos ataques aliados, desde que a morte de civis seja evitada.

Há relatos de que bombardeios recentes da Otan – a aliança militar ocidental que ataca alvos go­­vernistas – mataram 23 não com­­batentes em Misrata.

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