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“O que Jesus faria?” diz cartaz exibido por manifestantes que protestam contra o sistema financeiro, em frente da Catedral de São Paulo, Londres | Suzanne Plunkett/Reuters
“O que Jesus faria?” diz cartaz exibido por manifestantes que protestam contra o sistema financeiro, em frente da Catedral de São Paulo, Londres| Foto: Suzanne Plunkett/Reuters

Estados Unidos

Tevê "revolucionária" transmite protestos ao vivo

Instalada num escritório em Nova York, a emissora de tevê Global Revolution se propõe a difundir ao vivo, pela internet, as imagens dos protestos do movimento Ocupe Wall Street em todo os Estados Unidos.

"Esta é a revolução das novas mídias, onde todos têm acesso à tecnologia barata para abrir uma janela para a realidade global nas vidas de cada um", afirma a Global Revolution em seu site.

A tevê difunde imagens e vídeos das ações do Occupe Wall Street em Nova York e do movimento em outras cidades. Na tarde de segunda-feira, por exemplo, o canal transmitia as imagens do protesto em Providence (Rhode Island, nordeste dos EUA), com um fluxo de cerca de mil pessoas conectadas.

Um dos cérebros da Global Revolution é Vlad Teichberg, um americano de origem russa, de 39 anos, que foi corretor em Wall Street até 2008 e agora ajuda os que denunciam a ambição desenfreada e a corrupção no mundo das finanças vinculados com a bolsa de Nova York.

Abaladas pelas críticas sobre como tem ligado com os mani­­festantes anticapitalistas que acampam na sua porta, dirigentes da Catedral de São Pau­­lo, em Londres, informaram on­­tem que suspenderam a ação legal para retirar as pessoas do movimento Ocupe Lon­­dres da área ao redor da igreja.

Buscando recuperar seu caráter de superioridade moral e ética depois de ter se mostrado contrária aos manifestantes, a liderança da catedral disse em comunicado que decidiu desistir da ação legal após conversas até altas horas com o bispo de Londres, que é responsável pela catedral. Mas a administração da City of London, espécie de subprefeitura onde está localizada a catedral, pretende manter a ação legal para retirar os manifestantes.

O bispo Richard Chartres também convidou o ex-presidente do UBS Europe, Ken Cos­­ta, para liderar "uma iniciativa que reconecte o setor financeiro com a ética", diz o comunicado, acrescentando que o projeto "receberá o apoio de pessoas públicas e ligadas à cidade e à igreja".

Localizada no distrito financeiro de Londres, a catedral de São Paulo é a principal igreja da cidade para os anglicanos.

"Os sinos de alerta estão tocando em todo o mundo. A catedral de São Paulo ouviu o chamado", disse o bispo Chartres em comunicado "Nossa decisão significa que as portas estão mais enfaticamente abertas para nos envolvermos com questão relativas não apenas àqueles que acampam ao redor da ca­­tedral, mas com milhões de outras pessoas neste país e em todo o mundo."

Há duas semanas os manifestantes se estabeleceram do lado de fora da catedral praticamente por acidente. Eles permaneceram no local de­­pois que tiveram o acesso ne­­gado à Bolsa de Valores de Lon­­dres, que fica nas proximidades.

Inicialmente, a catedral re­­cebeu bem os manifestantes, mas posteriormente decidiu por uma ação legal contra eles, o que fez um clérigo deixar suas funções em protesto. Na segunda-feira, o decano da ca­­tedral, reverendo Graeme Knowles, também renunciou, afirmando que as críticas contra a forma como a igreja tem lidado com a questão tornaram sua posição "insustentável".

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