Cerca de 80% de participantes apoiam independência da Catalunha

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O governo regional da Catalunha avaliou em 2.250.000 o número de pessoas que participaram neste domingo no processo defensor da soberania, suspenso pelo Tribunal Constitucional da Espanha, das quais 80,72% apoiaram a independência com 88,4% dos pontos de votação apurados, segundo fontes oficiais.

O vice-presidente do Governo catalão, Joana Ortega, compareceu para anunciar os resultados do processo participativo, no qual a Generalitat calcula que, uma vez terminada a contagem, terão participado um total de 2.250.000 pessoas.

Além disso, os participantes apoiaram que a Catalunha seja um Estado, mas não independente, 206.599 pessoas - 10,11% -, enquanto os que votaram contra que seja um Estado constituem 4,55% dos participantes, um total de 92.939.

As pessoas que participaram do processo podiam responder a uma pergunta dupla: em primeiro lugar se consideram que a Catalunha deve ser um Estado e, em caso afirmativo, se este deveria ser independente.

O Governo espanhol não deu confiabilidade alguma aos números de participação apresentados pelas autoridades regionais catalãs, mas ressaltou que esses dados refletem que a grande maioria de catalães, dois terços concretamente, não quis participar de uma "farsa", afirmaram fontes do Executivo de Madri.

Em um dia que se desenvolveu com normalidade na participação, salvo algumas incidências pontuais, os juízes de guarda de vários municípios decidiram não ordenar a retirada de urnas nos locais públicos, como pediam alguns partidos contra este processo participativo, suspenso pelo Tribunal Constitucional após a impugnação do Governo espanhol.

A jornada não foi comparável a qualquer outra votação registrada na Catalunha já que alguns líderes políticos independentistas presidiram mesas, nos colégios se exibiu simbologia política, foram registrados votos fora de horário de fechamento, não havia censo prévio e os meios de imprensa informavam desde os pontos de votação, inclusive durante a apuração.

Além disso, embora nas cédulas de votação se perguntava aos cidadãos sobre uma dupla pergunta, os cidadãos podiam apresentar outras propostas.

Após a divulgação dos resultados, o líder socialista Pedro Sánchez, do PSOE, principal partido da oposição na Espanha, disse que o mais importante "é que amanhã é (dia) 10 e que no 10 temos que abrir um novo tempo na política espanhola", um tempo no qual a Catalunha não esteja "fora da Espanha, mas à vanguarda da mudança" que conduz a uma Espanha federal.