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Rinoceronte negro sendo transportado por um helicóptero militar na África do Sul | EFE/Green Reanissance
Rinoceronte negro sendo transportado por um helicóptero militar na África do Sul| Foto: EFE/Green Reanissance

Cerca de um quarto dos mamíferos do planeta corre perigo de extinção, alertou nesta quinta-feira (10) a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), ao divulgar uma atualização da chamada lista vermelha de espécies ameaçadas.

Suas últimas avaliações de várias espécies de rinocerontes confirmam que a subespécie de rinoceronte negro da África Ocidental está extinto e que o rinoceronte branco do norte possivelmente já não existe no meio silvestre.

O rinoceronte de Java pode correr o mesmo risco, após terem sido encontrados os restos do último exemplar que habitava o Vietnã, deixando agora sua sobrevivência no ambiente selvagem dependente quase exclusivamente de uma pequena população na Indonésia.

O destino dos rinocerontes apenas reflete o de outras muitas espécies animais que sofrem com a diminuição de seus habitats, além da exploração com fins comerciais.

O rinoceronte é vítima da caça ilegal, principalmente na Ásia, motivada pela demanda de seus chifres, que supostamente apresentam propriedades terapêuticas no tratamento do câncer, embora isso não seja comprovado, além de não serem mais utilizados formalmente na medicina tradicional chinesa.

O presidente da Comissão de Sobrevivência de Espécies da UICN, Simon Stuart, afirmou que o caso dos rinocerontes negro ocidental e branco do norte poderia ter sido muito diferente se as medidas de conservação sugeridas tivessem sido aplicadas.

Um novo desafio de conservação surgiu em Madagáscar, onde 40% de répteis - um componente importante da biodiversidade, principalmente nas ilhas e terras secas - correm perigo.

Camaleões, lagartixas, cobras-de-pernas e serpentes também estão sob ameaça, mas a UICN expressa certo otimismo no caso destes, já que as autoridades de Madagáscar criaram novas áreas de conservação, que contribuirão para a sobrevivência de espécies que já apresentam estado crítico, como o camaleão Tarzan.

No meio marinho, o perigo é tão grande como em terra firme. As últimas avaliações das espécies de escombrídeos (atuns, bonitos, cavalas e cavalas espanholas) e de peixes de bico (espada e agulha) mostram que a situação é grave para os atuns.

Das oito espécies de atum, cinco aparecem na categoria de espécie ameaçada ou quase ameaçada da "lista vermelha" da UICN. Em perigo, estão o atum vermelho do sul e o atum-de-olho-grande, e em perigo crítico, o atum vermelho do Atlântico.

O atum amarelo é considerado vulnerável e o atum branco está sob a classificação de "quase ameaçado".

A entidade defensora dos animais espera que esta nova informação estimule os Governos a tomar decisões que protejam o futuro dessas espécies, muitas das quais possuem alto valor econômico.

No entanto, nem tudo são más notícias, já que a "lista vermelha" também apresenta exemplos de espécies recuperadas graças a esforços realizados neste sentido.

Uma subespécie do rinoceronte branco passou de uma população de menos de 100 exemplares, no final do século XIX, a uma população selvagem de mais de 20 mil. O cavalo-de-przewalski (cavalo selvagem da Mongólia) é outra história bem-sucedida, após ter passado do estado de "perigo crítico" para o de "perigo".

Em 1996, essa espécie era considerada extinta em estado silvestre, mas um programa de criação em cativeiro e de reintrodução ao meio natural permitiu que agora haja mais de 300 desses cavalos.

Muitas espécies de plantas também são vítimas do interesse comercial, como a "Taxus contorta", utilizada para a produção do medicamento Taxol, destinado ao tratamento de quimioterapia. Ela passou do estado "vulnerável" para o de "perigo" por sua superexploração em uso medicinal, embora também seja usado para lenha e forragem.

Outro caso é o do "coco-do-mar", ao qual se atribuem propriedades afrodisíacas e que também está em perigo pelos incêndios e pela poda ilegal para extrair seus grãos. Embora atualmente a coleta e a venda dessas sementes sejam regulamentadas, acredita-se que exista um grande mercado negro dos grãos.

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