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Catherine Ashton fala em maio durante c coletiva de imprensa no conselho dos ministros em Bruxelas. A chefe das Relações Exteriores da UE propôs um encontro com o mais alto negociador do Irã no início do próximo mês para discutir o programa nuclear da República Islâmica | Reuters
Catherine Ashton fala em maio durante c coletiva de imprensa no conselho dos ministros em Bruxelas. A chefe das Relações Exteriores da UE propôs um encontro com o mais alto negociador do Irã no início do próximo mês para discutir o programa nuclear da República Islâmica| Foto: Reuters

Bruxelas - A chefe das Relações Exteriores da União Europeia, Catherine Ashton, escreveu ao negociador-chefe do Irã na sexta-feira aceitando uma oferta para discutir o programa nuclear da República Islâmica no início do próximo mês.

Após consultas às seis potências mundiais envolvidas nas negociações com o Irã -Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha - Ashton escreveu a Saeed Jalili aceitando a oferta para um encontro em 5 de dezembro, sugerindo a Suíça ou a Áustria como local.

Jalili escreveu nesta semana para Ashton, propondo um encontro em 23 de novembro ou 5 de dezembro, em Istambul, na Turquia.

"Catherine Ashton respondeu às autoridades do Irã hoje e concordou com a proposta deles de iniciar conversas em 5 de dezembro", disse uma porta-voz da chanceler em comunicado.

"A preferência de Ashton é que o primeiro encontro ocorra em algum lugar na Europa e sugeriu a Áustria ou a Suíça."

Se as conversas, que estão sendo negociadas há quase seis meses, forem confirmadas, será a primeira vez em mais de um ano que o Irã concorda em um encontro para discutir o seu programa nuclear, que as potências mundiais acreditam ser destinado à construção de bombas atômicas, mas que Teerã alega ter fins pacíficos.

A pressão para que o Irã volte à mesa de negociações aumentou desde que a Organização das Nações Unidas (ONU), os Estados Unidos e a União Europeia passaram a impor sanções mais severas ao país, em junho.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e outros líderes do país minimizaram as sanções, mas há indicações de que elas tiveram um impacto, inclusive uma grande queda no valor da moeda iraniana. Assim, os esforços de ambos os lados para avançar nas negociações aumentaram nos últimos meses.

Com a crescente probabilidade de o encontro acontecer, Ahmadinejad reiterou recentemente que o Irã não irá negociar seu direito de desenvolver sua tecnologia nuclear, mas não descartou totalmente uma discussão sobre o programa de enriquecimento de urânio.

Os negociadores ocidentais dizem que não se opõem ao Irã possuir um programa nuclear para fins civis, mas querem demonstrações absolutas de que tal projeto não será usado como uma cortina de fumaça para enriquecer urânio a um nível capaz de servir para a criação de bombas atômicas.

Se 5 de dezembro for confirmada como a data do encontro, e um local for acertado, as negociações podem durar por até três dias com representantes das seis potências mundiais presentes, disseram diplomatas da UE.

Em sua carta a Jalili, obtida pela Reuters, Ashton propôs um jantar no dia 5 de dezembro, conversas no dia 6 e a conclusão ao meio-dia do dia 7.

Ashton, escolhida como chefe dos assuntos externos da UE em dezembro passado, recebeu das seis potências mundiais - constituídas pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU somados à Alemanha - a incumbência de negociar com o Irã.

Ela disse que todos os assuntos, inclusive o programa de enriquecimento de urânio, devem estar à mesa para debate.

Em cartas escritas desde julho, Jalili não descartou negociações nucleares diretas, mas pediu que Ashton primeiramente expressasse sua posição sobre as armas nucleares do "regime sionista", uma referência a Israel, que não confirma nem nega que tenha bombas atômicas.

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