O "chanceler" das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Granda, afirmou que "nunca" renunciará à guerrilha e rejeitou o desejo do Governo colombiano de fazer dele um "intermediário de paz", em declarações publicadas hoje pelo jornal francês "Libération". Granda foi libertado, com mais de 100 membros da guerrilha, no início de mês, pelo presidente colombiano, Álvaro Uribe, em mais uma tentativa de trocar guerrilheiros por reféns.
A libertação do líder atendeu a um pedido da França, envolvida na questão por conta do seqüestro da ex-candidata a presidência cololmbiana, Ingrid Bettancourt, que também tem nacionalidade francesa. Para Granda, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, teve "um gesto de grandeza humana" ao pedir a sua libertação. "Na certa ele pensou que eu poderia atuar no caso" dos reféns das Farc, opinou.
- Mas o governo da Colômbia tinha interpretado mal o pedido de Sarkozy. Em lugar de me libertar incondicionalmente, exerceu pressões sobre mim para que eu renunciasse a meus princípios. Fui vítima de uma chantagem e meu dever era informar à França - denunciou.
Ele acusou o Executivo de Uribe de tentar "dividir o movimento guerrilheiro", fazendo que ele passasse por "traidor e desertor". Perguntado sobre por que Sarkozy pediu sua libertação, respondeu que a única explicação que encontra é que o presidente francês "chegou à conclusão de que as Farc não são terroristas nem narcotraficantes", e sim um "movimento de libertação, com o qual é preciso conversar para encontrar uma solução".
Granda se definiu como "combatente de base" da guerrilha e disse que sempre fez "um trabalho político". Além disso, garantiu que obedece às ordens "das Farc e do seu secretariado nacional". Ele reafirmou que não teve contato com as Farc desde sua libertação e que teme ser assassinado.
- Os grupos paramilitares colombianos odeiam as Farc e não duvidam em exterminar fisicamente seus membros - comentou.
-
Novo comando na Petrobras sinaliza mudanças; o que esperar da gestão de Magda Chambriard
-
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
-
PSDB garante que Datena será candidato a prefeito de São Paulo pelo partido
-
Brasil e China fecham acordo para tentar interromper guerra da Rússia contra a Ucrânia
Deixe sua opinião