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O chanceler paquistanês, Khurshid Kasuri, disse a alguns chanceleres de países da Otan - reunidos em Riga, capital da Letônia - que o Talibã está vencendo a guerra no Afeganistão, e a Otan está fadada ao fracasso. Ele se disse contra o envio de mais tropas, segundo reportagem do "Telegraph". A reação à avaliação dele foi de espanto.

- Kasuri está basicamente pedindo à Otan para se render e negociar com o Talibã - disse um diplomata ocidental que esteve com o chanceler recentemente.

Segundo a reportagem, para Kasuri os países da Otan deveriam aceitar o Talibã e trabalhar por um novo governo de coalizão que possivelmente excluiria o presidente Hamid Karzai.

As declarações foram feitas na véspera do encontro da Otan em Riga. O comandante britânico da Otan no Afeganistão, general David Richards, e o embaixador-chefe no país, o holandês Daan Everts, tinham passado cinco dias em Islamabad para pedir aos paquistaneses mais empenho no "reino do Talibã", na expressão do jornal.

Os líderes da organização, é claro, não deram ouvidos ao diplomata paquistanês. Nesta quarta-feira, eles disseram que a restauração da paz e da estabilidade no Afeganistão é prioridade da aliança .

O Paquistão é visto com suspeita pelo Ocidente e pelo próprio governo paquistanês. Karzai volta e meia diz que os abrigos do Talibã e suas bases logísticas estão no Paquistão. O comandante americano da Otan, general James Jones, disse ao Congresso americano em setembro deste ano que a liderança talibã se encontra na cidade paquistanesa de Quetta.

Um general que governa uma província paquistanesa já tinha dito que a guerra estava perdida. Sua lógica é a de que o Talibã representa a população pashto, a maior do Afeganistão e a segunda maior etnia do Paquistão. Então a luta é de "resistência nacional" para remover as forças de ocupação, tal como acontece, parcialmente, no Iraque. Sua avaliação, porém, está longe de encontrar eco entre todos os paquistaneses e mesmo entre todos os afegãos dessa etnia. O Talibã, lembra a reportagem, é considerado por muitos pashtos a negação dos valores da etnia.

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