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Os chanceleres dos países das Américas concordaram em abordar mais tarde, nesta terça-feira (2), a questão do possível retorno de Cuba à Organização dos Estados Americanos (OEA) e uma proposta formulada pelo Brasil, que pede a formação de um grupo de trabalho para discutir o tema, foi aceita. O grupo então buscará um texto comum que seja aprovado por consenso, algo impossível até agora. O governo dos Estados Unidos rechaçou o retorno de Cuba à OEA e condicionou isso a que o país comunista liberte presos políticos e restaure os direitos civis. O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, anfitrião da 39ª cúpula da OEA, pediu a volta imediata de Cuba à organização. Cuba foi suspensa da OEA em 1962.

O encontro da OEA, que prosseguirá na quarta-feira, terá quatro sessões. A primeira ocorreu nesta terça, ao final da qual a sugestão brasileira foi aceita.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que deverá partir de Honduras na noite desta terça-feira, expressou esperanças de que "um caminho comum para avançar" na questão cubana ainda poderá ser encontrado, apesar dos pedidos norte-americanos de que a volta de Cuba à organização esteja condicionada aos padrões exigidos por Washington.

Hillary disse que ela e o presidente dos EUA, Barack Obama, "buscamos em frente o dia em que Cuba poderá voltar à OEA. Mas nós acreditamos que a participação na entidade precisa vir acompanhada de responsabilidades e temos que manter os padrões de democracia e governanças que trouxeram tanto progresso ao nosso hemisfério", disse Hillary. Os EUA são o único dos 34 países que hoje fazem parte da OEA que exigem condições para que Cuba volte ao bloco. Os EUA se opõem a uma votação sobre o tema, mas é grande a pressão de aliados de Cuba, como Venezuela e Nicarágua, para que a ilha caribenha seja readmitida na OEA.

O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, fez um apelo aos chanceleres para o consenso na abertura do encontro. Forçar uma votação deixaria Hillary Clinton em situação difícil porque funcionários americanos disseram que existe consenso regional suficiente para aprovar, por maioria de dois terços, a reintegração de Cuba à organização. O governo cubano disse não ter interesse em integrar novamente a organização.

Pressão sobre Washington

Mais cedo nesta terça-feira, Honduras aumentou a pressão sobre os Estados Unidos, quando instou a Organização dos Estados Americanos (OEA) a retirar imediatamente a suspensão a Cuba na entidade, que já dura 47 anos.

"Meus amigos, chegou a hora de corrigir esse erro", disse o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, anfitrião da assembleia geral.

"Se nós tivermos que deixar este recinto sem tornar nula a decisão de 1962, seremos cúmplices de uma mentalidade do passado", disse Zelaya.

Zelaya afirmou que a suspensão de Cuba em 1962 "puniu um povo inteiro por ter proclamado ideias e princípios socialistas que hoje são praticados no mundo inteiro".

O chamado de Zelaya ocorreu após a abertura oficial do encontro, no qual os EUA se encontraram mais isolados na organização, mesmo após o presidente americano Barack Obama ter rompido com as políticas do seu antecessor George W. Bush e ter começado a melhorar as relações com Cuba.

Além de Honduras, Venezuela, Bolívia e Nicarágua defendem uma volta de Cuba à OEA sem condições. Todos definem a exclusão de Cuba como um "erro histórico" que aconteceu no auge da Guerra Fria em 1962. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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