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São Paulo – O presidente venezuelano, Hugo Chávez, ameaçou ontem nacionalizar os bancos privados e a maior siderúrgica do país, a Sidor (Siderúrgica del Orinoco) – administrada por um consórcio do qual participam companhias da Argentina, México, Venezuela e a brasileira Usiminas.

As ameaçadoras declarações de Chávez foram feitas durante a inauguração de uma empresa metalúrgica cooperativada que deve concorrer com a Sidor no fornecimento de tubos metálicos para a indústria petrolífera. Nenhum porta-voz da Usiminas foi localizado ontem para comentar as declarações de Chávez.

"Tenho a esperança de que venezuelanos e estrangeiros que estão aqui, na direção de instituições como essas – bancárias ou empresas de produção de aço como a Sidor –, entendam a mensagem", discursou Chávez. "Os bancos privados têm de dar prioridade ao financiamento a baixo custo dos setores industriais venezuelanos. Se não quiserem cumprir com isso, é melhor que se vão, que nos entreguem os bancos. Nós os nacionalizaremos e colocaremos todo o sistema bancário para trabalhar pelo desenvolvimento integral de nosso país e não para especular e produzir grandes lucros."

À Sidor, Chávez acusou de formar um cartel para monopolizar o fornecimento – a preços mais altos do que os do mercado internacional – de aço para a indústria do petróleo. "A Sidor tem de dar preferência às empresas nacionais e, além disso, a baixo custo", afirmou.

Como conseqüência imediata das declarações, as ações da siderúrgica despencaram na Bolsa de Caracas. Ao mesmo tempo, controladores dos bancos privados passaram a pedir calma aos investidores e correntistas, temendo uma onda de saques que abalaria todo o sistema bancário do país.

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