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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse na quinta-feira que seu governo pretende conduzir o país até a hegemonia da propriedade social, e pediu à iniciativa privada que apoie sem temor essa iniciativa da sua "revolução socialista".

Grupos empresariais costumam se queixar da falta de segurança jurídica na Venezuela, onde o governo promove nacionalizações de diversos setores nos últimos anos - do petróleo, principal produto nacional, até torrefações de café e frigoríficos.

"Vamos dando rumo à nave e peço, em vez de temores, apoio ao setor produtivo nacional, na direção da hegemonia (...) da propriedade social dos meios de produção - o que não exclui a propriedade privada", disse o presidente, fardado, em rede nacional de rádio e TV.

Minutos depois, o presidente, que recentemente se declarou marxista, disse que sua revolução está em um "processo de transição inédito", que permitirá a convivência de vários tipos de propriedade - familiar, social, estatal e misto, entre outros.

Chávez tentou sem sucesso aprovar num referendo em 2007 uma reforma constitucional que estabelecia esses diversos tipos de propriedade. Críticos diziam que a medida prejudicava a iniciativa privada.

A oito meses de uma importante eleição parlamentar, Chávez enfrenta um cenário político inédito em seus mais de dez anos de governo - contração econômica e insatisfação social pela piora nos serviços públicos, na segurança e na inflação.

Analistas dizem que ele tenta aumentar a polarização do país para reagrupar suas fileiras, enquanto a oposição critica medidas do governo como a recente maxidesvalorização do bolívar e o racionamento elétrico.

Além disso, Chávez voltou a alarmar o setor privado ao nacionalizar recentemente a rede franco-colombiana de supermercados Éxito, que ele acusou de fazer aumentos abusivos de preços.

Chávez disse em seu pronunciamento que espera que os empresários se adaptem a essa hegemonia, e afirmou que o governo levará em conta outras variáveis, como a relação entre produtos e necessidades e a substituição de importações - a Venezuela compra no exterior 90 por cento dos bens que consome.

Ele também pediu aos empresários que evitem a usura e reduzam suas margens de lucros.

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