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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, se reunirá nesta sexta-feira com seu colega colombiano, Alvaro Uribe, para tentar chegar a um acordo sobre os métodos para as negociações com as Farc a respeito de uma troca de prisioneiros. O encontro presidencial acontece por ocasião da inauguração de um gasoduto binacional.

Além de inaugurar o duto Antonio Ricaurte, de 225 km, em Ballenas, na península de La Guajira (que fica na fronteira entre os dois países), Chávez e Uribe falarão de integração energética e do retorno da Venezuela à Comunidade Andina. Para tratar destes temas foi convidado também o presidente do Equador, Rafael Correa.

Mas todas as expectativas estão concentradas nas posições sobre a troca dos prisioneiros. "O acordo está na agenda desta reunião. De modo que os presidentes o abordarão para ver como poderão impulsioná-lo", disse o chanceler colombiano Fernando Araújo.

Bogotá pediu a Chávez que mediasse as conversações entre o governo colombiano e os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O presidente venezuelano havia expressado sua decepção com as barreiras impostas para estabelecer um acordo com o grupo guerrilheiro.

"Acho que o governo da Colômbia deve facilitar e não criar obstáculos para a reunião", declarou Chávez recentemente, depois que as Farc afirmaram que Bogotá não deu garantias de segurança para que dois de seus homens participassem do encontro no dia 8 de outubro na capital venezuelana.

A Colômbia, por sua vez, pede a Chávez que cumpra seu papel junto às Farc com prudência e sigilo. Caso contrário, "seremos expostos a riscos enormes", argumentou o alto comissário para a paz, Luis Carlos Restrepo.

Uribe e Chávez se reuniram pela última vez em 31 de agosto, na fazenda presidencial Hato Grande, nas cercanias de Bogotá, quando o líder venezuelano foi formalmente encarregado de mediar as negociações.

Este movimento é a principal iniciativa até agora para consolidar a troca de 45 reféns por 500 rebeldes presos. O maior obstáculo é a insistência das Farc para que seja criada uma área desmilitarizada no sudoeste da Colômbia, exigência veementemente negada por Uribe.

Chávez chegou a expressar sua vontade de ir até a selva colombiana para tratar diretamente deste entrave com Manuel Marulanda, líder histórico das Farc, um encontro que Bogotá considerou impraticável.

"Se não posso falar com as Farc, como poderei fazer? Sei que lá na Colômbia há fatores que querem desmontar isso e trancar o jogo", reclamou Chávez em seu último programa dominical.

O encontro de Ballenas dará a Chávez e Uribe uma oportunidade para conversar pessoalmente a respeito destas diferenças.

"Obviamente a troca será o tema central do encontro, mas prefiro não fazer nenhum comentário a respeito para não comprometer a reunião", disse à AFP, a senadora oposicisionista colombiana Piedad Córdoba, escolhida pelo governo para tentar uma aproximação com as Farc.

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