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O falecido presidente da Venezuela, Hugo Chávez, era um "líder regional pouco valorizado" entre os políticos latino-americanos, segundo um estudo, cujo coordenador adverte quanto às "dificuldades" da continuidade de seu projeto bolivariano.

No estudo, realizado pelo projeto "Elites Latino-Americanas" da Universidade de Salamanca (Espanha), ao que a Agência Efe teve acesso, foi realizada uma pesquisa entre os membros dos parlamentos de 17 países da América Latina, no período de 2009 a 2012, portanto antes da morte do líder venezuelano, em 5 de março.

Nesses três anos, "Hugo Chávez era o líder internacional menos valorizado pelo conjunto de deputados de outros países latino-americanos", já que mereceu uma avaliação média de 3,72, segundo o estudo.

Além de Chávez, o presidente da Bolívia, Evo Morales, também foi mal, com uma avaliação média de 4,68, enquanto o líder mais valorizado pelos deputados latino-americanos foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atingiu uma pontuação de 7,54, segundo o estudo.

O coordenador do estudo, o professor de Ciência Política da Universidade de Salamanca Manuel Alcântara, explicou em declarações à Efe as "dificuldades" para dar continuidade ao projeto lançado por Chávez para a América Latina.

Na opinião do especialista em América Latina, o projeto bolivariano "foi engendrado e desenvolvido por Chávez, por isso está intimamente ligado a sua liderança e isso faz com que seu futuro (do modelo) seja complicado" após sua morte.

Agora emerge a figura de Nicolás Maduro, que designou Chávez para substituí-lo na presidência venezuelana, e "dependerá de suas habilidades" para se manter no poder, segundo Manuel Alcântara.

"A base social ele tem, mas dependerá de sua capacidade de conseguir equilíbrios entre os diferentes setores que apoiam o projeto bolivariano. Mas seus pontos fracos serão os militares e uma economia doente", previu o catedrático.

Depois de Lula, o mais bem avaliado pelos parlamentares latino-americanos nesses três anos foi o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (6,53), seguido do ex-presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero (6,16).

O estudo também mostra "a relação existente entre a avaliação que se faz dos líderes políticos e os acordos regionais".

Assim, o texto ressalta que "aqueles que avaliam positivamente os líderes políticos internacionais de esquerda (Lula, Chávez, Evo Morales, Cristina Kirchner e Rodríguez Zapatero) avaliam positivamente a Aliança Bolivariana dos Povos de Nossa América (Alba) e negativamente ou pior o Tratado de Livre-Comércio com os Estados Unidos".

O estudo da Universidade de Salamanca também destaca que os políticos que mais deram apoio a Chávez estão nos Parlamentos da Bolívia, El Salvador e Equador; enquanto os do Chile, Colômbia e Brasil são os que "oferecem os valores mais baixos, inferiores ao umbral do 3".

Segundo o documento, "essa avaliação é coerente com a que se faz do projeto regional chavista por antonomásia como Alba", pois a Nicarágua e a Bolívia são os países mais entusiastas à Aliança, enquanto Brasil, Colômbia, Peru e Chile, os que são menos. EFE

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