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Atual presidente da Venezuela, Hugo Chávez está em plena campanha para a reeleição | AFP Photo/Juan Barreto
Atual presidente da Venezuela, Hugo Chávez está em plena campanha para a reeleição| Foto: AFP Photo/Juan Barreto

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu aos eleitores ricos para apoiá-lo ou enfrentarão uma "guerra civil", enquanto seu adversário procurou tranquilizar os pobres de que ele não vai abandonar as populares políticas socialistas de bem-estar se ganhar a eleição do próximo mês.

Chávez, de 58 anos, e Henrique Capriles, 40, vão se enfrentar na eleição de 7 de outubro para a Presidência do país de 29 milhões de habitantes, que tem as maiores reservas mundiais de petróleo e financia governos de esquerda na região.

Embora Chávez lidere a maioria das pesquisas mais conhecidas da Venezuela, o apoio a Capriles vem subindo nas últimas semanas e ele está logo à frente em algumas sondagens, o que deixa cada lado acreditando que tem uma forte chance de ganhar a Presidência.

Com uma carreira política sustentada em apontar os ricos como culpados por todos os males da Venezuela -e do mundo também-, o socialista Chávez voltou-se para eles em um discurso de campanha na noite de domingo, alertando os eleitores mais ricos de que devem apoiá-lo se quiserem estabilidade.

"As famílias ricas têm suas famílias, casas finas, veículos bons, provavelmente um apartamento na praia, propriedades e assim por diante. Eles gostam de viajar para o exterior nas férias", disse ele em um comício.

"Será que uma guerra civil lhes convém? De maneira nenhuma. Isso só convém à direita extrema e fascista encarnada pelo perdedor. Está nos interesses dos ricos amantes da paz uma vitória de Chávez, e eu os convido a votar em Chávez em 7 de outubro. Chávez garante paz, estabilidade e crescimento econômico", afirmou.

Chávez não usa o nome de Capriles em público, e refere-se a ele com o ofensivo apelido de "majunche", que pode ser livremente traduzido como "perdedor", e insistindo que os partidários dele têm planos violentos para acabar com o socialismo na Venezuela.

A oposição rejeita os comentários frequentes de Chávez sobre uma possível guerra civil como alarmismo irresponsável, apontando que o próprio Chávez liderou um golpe militar fracassado em 1992.

O presidente permanece imensamente popular entre os pobres da Venezuela, em parte por causa de suas raízes humildes e estilo folclórico, e também devido a projetos de bem-estar financiados pelo petróleo, como mercados de alimentos subsidiados e assistência à saúde e educação gratuitas.

Em uma campanha que mantém o foco nos problemas do dia-a-dia, o governador Capriles vem cruzando a Venezuela, visitando centenas de cidades e vilarejos, especialmente aquelas onde o apoio a Chávez é mais forte.

Na noite de domingo, em uma mensagem transmitida em canais de televisão privados, Capriles abordou de frente um dos principais temores dos partidários tradicionais de Chávez -de que ele vai abandonar as "missões sociais", que são a marca do presidente.

"Meu compromisso é criar novas missões, manter as atuais e melhorar as que não funcionam", disse Capriles, observando que, como governador de Miranda comandou um "Plano Fome Zero" em que forneceu alimento para milhares de pessoas, bem como melhorou escolas e clínicas.

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