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Em seu programa dominical Alô Presidente, Hugo Chávez ameaçou prender os governadores que resistirem à nova lei, segundo a qual os centros de transportes do país ficam sob controle federal | Reuters
Em seu programa dominical Alô Presidente, Hugo Chávez ameaçou prender os governadores que resistirem à nova lei, segundo a qual os centros de transportes do país ficam sob controle federal| Foto: Reuters

Venezuelano vai anunciar medidas para combater crise mundial

O presidente Hugo Chávez disse ontem que o governo da Venezuela vai anunciar nos próximos dias uma série de medidas econômicas para combater a crise econômica mundial.

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Rússia queria base militar

Para o presidente Hugo Chávez, os aviões bombardeiros da Rússia serão bem-vindos ao seu país, mas ele negou que tenha oferecido a Moscou parte do território para a instalação de uma base militar.

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Caracas - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, lançou uma ordem à Marinha e ao Exército do país de tomar os portos e aeroportos que estão nas mãos de governos estaduais da oposição. Além de ter ameaçado prender os adversários políticos que não acatarem a nova lei – segundo a qual os centros de transportes ficam sob controle federal.

Durante a edição de ontem do seu programa dominical de rádio e tevê, Alô Presidente, Chávez determinou que os navios da Marinha assumam o porto Cabello (em Carabobo) e o porto de Maracaibo (em Zulia), nesta semana. Esses são os dois maiores portos marítimos da Venezuela.

O presidente comentou a possibilidade de os governadores Henrique Salas Feo (Carabobo) e Pablo Perez (Zulia), ambos da oposição, resistirem à lei recém-aprovada. "Se ele der uma de esperto. Isso merece a prisão", disse, se referindo a Feo. "O mesmo serve para o governador de Zulia."

De acordo com o jornal venezuelano El Universal, Chávez desafiou Feo no programa: "Você terá de encontrar uma Marinha de guerra, governador, terá de encontrar um Exército. Não sei o que poderá fazer. Você vai defender Puerto Cabello com a polícia de Carabobo. Bem, então vai para a prisão".

Chávez argumentou que os portos de Carabobo, Zulia e também o de Porlamar, todos sob controle de governadores da oposição, estavam nas mãos de "máfias e de traficantes de drogas", que dominariam as operações portuárias.

"Nenhuma autoridade aqui, prefeito ou governador, o que seja, pode se opor à Constituição e às leis da República, dando a interpretação que mais lhes convém. O governador de Zulia (Pablo Perez) também disse que vai defender o porto de Maracaibo. Bem, vai acabar preso. Vamos tomar o porto de Maracaibo e Puerto Cabello. Vamos retirar as máfias que estão lá, incluindo a máfia do tráfico de drogas", disse Chávez.

Poder

Legisladores fiéis ao presidente venezuelano votaram na semana passada uma lei que coloca todos os aeroportos, rodovias e portos sob controle federal, um movimento que os adversários afirmam ter como objetivo aumentar o poder do presidente. "Esta é uma questão de segurança nacional", afirmou Chávez ontem, defendendo a lei.

Os governadores da oposição alertaram que a lei aprovada pela Assembleia Nacional, dominada pelos chavistas, tem como objetivo estrangular financeiramente os adversários do presidente e reduzir o apoio dos eleitores que os escolheram em novembro.

Sob a nova lei, os estados e municípios não podem mais recolher tarifas de transportes dos portos e aeroportos ou construir pedágios ao longo das rodovias, o que significa que os governadores e prefeitos terão menos dinheiro para os projetos públicos.

Sem fim

Em 15 de fevereiro passado, Chávez obteve uma grande vitória política, com a aprovação em referendo da proposta que permitiu a reeleição ilimitada para alguns cargos públicos, entre eles o de presidente.

Já nas eleições regionais de novembro passado, a oposição venezuelana conquistou o controle de cinco Estados, além da Prefeitura Metropolitana de Caracas.

O partido chavista, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) perdeu nos três estados com maior número de eleitores – Zulia (2.141.055), Miranda (1.781.361) e Carabobo (1.338.601) –, mas manteve a maioria dos governos regionais.

Após a eleição e antes da investida sobre portos e aeroportos, Chávez assinou uma série de decretos que passam para o governo federal o controle sobre hospitais, estádios esportivos e outras instituições públicas em territórios conquistados pela oposição.

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