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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou neste domingo (22) à vice-presidência e aos ministérios do Interior e de Exteriores que expulsem do país estrangeiros que falem mal de seu governo.

"Estrangeiros que vierem aqui denegrir a imagem dos venezuelanos, e do governo livre, democrático e legítimo da Venezuela, têm que ser, com todo respeito, mandados para Maiquetía (aeroporto internacional de Caracas)", afirmou, em seu programa dominical "Alô, presidente".

Chávez falou sobre o tema um dia depois de o presidente da Organização Democrata Cristã da América (ODCA), Manuel Espino, declarar, em Caracas, que o governo venezuelano é um exemplo da "tendência demagógica, populista e autoritária que atenta contra as liberdades e direitos fundamentais dos cidadãos".

Espino, que é líder do Partido Ação Nacional (PAN), do México, assinalou em entrevista coletiva que uma nova reforma constitucional, como a proposta por Chávez para anular os limites às reeleições presidenciais na Venezuela, lhe parecia "uma argúcia do presidente para se manter no poder".

O mexicano também criticou a recente decisão de Chávez de não renovar a permissão da emissora privada de televisão "RCTV" para operar em sinal aberto.

"Aparentemente, o presidente não gostou das críticas ao seu governo, e cometeu um abuso, um atropelo", criticou.

"Até quando nós vamos permitir que um fulano de tal, de outro país do mundo, venha aqui mesmo, em nossa casa, para dizer que aqui há uma ditadura, e que o presidente é um tirano. Não, isso está proibido aos estrangeiros", disse o governante.

"Disse ontem à noite ao vice-presidente (Jorge Rodríguez): 'Já basta. Vocês querem que eu mesmo vá buscá-los (aos detratores), os coloque em um carro, e os ponha dentro de um avião?'", acrescentou, ao criticar a falta de ação do governo frente às críticas.

"Nenhum estrangeiro, seja ele quem for, pode vir aqui e criticar o nosso governo. Aqueles que vierem devem ser expulsos deste país; não se pode permitir, é uma questão de dignidade", acrescentou.

"Não é um problema pessoal, é um problema de dignidade nacional", acrescentou, afirmando que evitará "atropelos", como o ocorrido na expulsão de um intelectual argentino, em 1995, devido a artigos escritos em um hotel de Caracas, mas para serem publicados em Buenos Aires.

"Tiveram acesso a uma cópia de um artigo que não era para ser publicado aqui, mas no exterior (...), mas como saiu publicado o prenderam, e depois o expulsaram algemado. Não é disso que estamos falando; isso é um atropelo", indicou.

Chávez também revelou que, há pouco tempo, "deportaram da Colômbia dois venezuelanos, um reitor de uma universidade e um deputado, pois o Governo colombiano considerou que estavam interferindo em seus assuntos internos".

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