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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu nesta quarta-feira ao presidente-eleito do Chile, o conservador Sebastián Piñera, que evite ataques ao seu país e à "revolução socialista" que ele diz promover.

O bilionário chileno, eleito no domingo para o cargo, afirmou há alguns dias que não estava de acordo com o desempenho da democracia na Venezuela.

"Ele é um empresário muito rico. É impossível que um empresário muito rico esteja de acordo com uma revolução socialista, mas eu lhe faço um chamado para que não se meta conosco", disse Chávez na inauguração de uma obra pública, transmitida pela TV.

Chávez declarou ser marxista, embora tenha admitido que nunca leu "O Capital", principal obra de Karl Marx. O líder venezuelano é hoje a principal voz da América Latina contra o que chama de "imperialismo" norte-americano, enquanto Piñera deve se somar aos presidentes de Colômbia e Peru como os principais aliados sul-americanos de Washington.

Piñera, que toma posse em março, disse recentemente que o governo da Venezuela não respeita os princípios básicos da democracia, a separação entre os poderes do Estado e a liberdade de expressão.

Chávez disse que respeita a eleição do empresário chileno, mas afirmou que considera inadequado que um homem tão rico seja presidente de qualquer país. Afirmou ainda que a direita latino-americana, e particularmente venezuelana, está "alvoroçada" com o resultado eleitoral chileno, que encerra 20 anos de governos de centro-esquerda no país, e que irá aproveitar o fato para tentar debilitar o seu poder em Caracas.

O ex-militar venezuelano, no poder há mais de dez anos, dedicou a Piñera versos que já havia dito aos presidentes conservadores do Peru e do México: "Sou como o espinhozinho, que na savana floresce: dou aroma a quem passa, e espeto quem me agita".

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